Cresce no Congresso movimento contra tentativa do governo Dilma de controle da mídia

censura_13Tiro no pé – Quando Ricardo Berzoini assumiu o comando do Ministério das Comunicações e afirmou que sua principal missão no cargo seria colocar em discussão o projeto de regulamentação da mídia, sonho antigo do PT e da esquerda brasileira, o UCHO.INFO afirmou que se tratava do primeiro golpe do novo governo de Dilma Vana Rousseff, que um dia afirmou preferir o ruído da democracia ao silêncio do autoritarismo. Discurso que serviu para enganar a opinião pública e camuflar a gestação de um projeto ditatorial que coloca em risco as liberdades democráticas.

A fala de Berzoini reverberou no mundo político nacional e provocou reações contrárias em todos os setores do Congresso Nacional, unindo governistas e oposição contra a ideia obtusa de um governo que caminha cada vez mais na direção das sombras do bolivarianismo.

A ideia do Partido dos Trabalhadores de controlar jornais e emissoras de rádios e televisão veio à tona tão logo o partido chegou ao Palácio do Planalto, em 2003. O então presidente Luiz Inácio da Silva, o agora lobista Lula, tentou, sem sucesso, implementar o Conselho Federal de Jornalismo. Durante a campanha de 2014, Lula fez duros ataques à cobertura das disputas eleitorais por parte dos jornalistas brasileiros. Na ocasião, o ex-metalúrgico disseque a imprensa nacional seria o principal partido de oposição. Por outro lado, a reeleita Dilma Rousseff deu sinal verde para que neste segundo mandato sua equipe de colaboradores envie ao Congresso Nacional proposta com o objetivo de cercear o trabalho jornalístico.

Líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR) disse, no último sábado (3), que a bancada rejeitará qualquer projeto de regulação da mídia que por ventura venha a tramitar no Congresso Nacional. “Este é um governo que não controla a qualidade da gestão, por isso quer regular a imprensa. A posição da bancada será contrária a qualquer tipo de controle da mídia, seja ele, por meio de conteúdo jornalístico, econômico das empresas ou qualquer outro”, acrescentou o líder do PPS.

“O governo quer controlar para não ser denunciado, pois é pela imprensa que sai boa parte das denúncias de corrupção. E dizer que adotará regras apenas com viés econômico sobre as empresas jornalísticas é adotar o mesmo discurso da Argentina, da Venezuela e de outros que diminuíram o poder dos veículos de comunicação, gradativamente, até impor-lhes um cabresto”, ressaltou Bueno.

Senador pelo PSDB de São Paulo, Aloysio Nunes Ferreira classificou a iniciativa como uma “tentativa criminosa” e como uma forma de “controle da imprensa”. Além disso, o tucano chamou o novo ministro de “aloprado” rotulou os apoiadores da medida como “facções rivais do campo lulo-petista”.

Candidato à presidência da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) segue na mesma toada da oposição e critica duramente a tentativa do governo de amordaçar a imprensa brasileira. Cunha afirmou que o tema “incomoda muito o PMDB” e disse que o partido não aceita sequer discutir o assunto. “Que independência pode ter quem acabou de deixar a liderança do governo, nomeou o filho e era a favor dos conselhos populares?”, indagou o peemedebista. “Não seremos submissos ao governo e não seremos de oposição”, destacou o parlamentar fluminense.

A indignação dos parlamentares também faz eco nas hostes do deputado federal Júlio Delgado (PSB-MG), candidato à presidência da Câmara. Delgado afirma que a proposta dificilmente terá espaço para avançar no Congresso. De acordo com o deputado mineiro, responsável pelos relatórios que recomendaram a cassação de José Dirceu e André Vargas, o PSB é “por princípio” contra a aprovação desse tipo de medida.

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