União Europeia e Alemanha descartam saída da Grécia da zona do euro

grecia_crise_06Confusão armada – O governo alemão e a Comissão Europeia deram declarações de apoio na segunda-feira (5) à permanência da Grécia na zona do euro, que entrou em debate depois que o país, uma das economias mais fracas do bloco, mergulhou em grave crise política.

“Desde o início, a política do governo federal foi de estabilizar e fortalecer a zona do euro, incluindo a Grécia”, disse o porta-voz do governo, Steffen Seibert. “Nada mudou quanto a isso”, completou.

A declaração é uma reação às informações divulgadas pela revista “Der Spiegel” no último final de semana, segundo as quais a Alemanha estaria disposta a aceitar que a Grécia saísse da zona do euro.

No último domingo (4), após a “Der Spiegel” afirmar que Merkel via a saída da Grécia como “quase inevitável”, o vice-chanceler federal alemão, Sigmar Gabriel, declarou que Berlim quer o país permaneça na zona do euro e que não há planos de contingência para o contrário.

O debate havia sido alimentado por ameaças de políticos da coalizão de governo. “Se os gregos não estiverem preparados a dar continuidade às medidas de austeridade e às reformas, eles devem deixar a zona do euro”, disse Michael Fuchs, vice-presidente da União Democrata Cristã (CDU) ao jornal “Die Welt”.

A Comissão Europeia também se manifestou sobre o assunto nesta segunda-feira. Uma porta-voz da instituição declarou que a saída completa da Grécia estava fora de cogitação, chamando atenção para a legislação europeia, segundo a qual o fato de fazer parte da zona do euro é uma condição “irrevogável”.

“O euro veio para ficar. O euro mostrou sua capacidade de resistência”, disse a porta-voz Annika Breidthardt.

O motivo para a discussão atual são as eleições parlamentares gregas, antecipadas para o próximo dia 25 de janeiro. No caso de vitória, a coligação esquerdista Syriza prometeu reverter as reformas impostas pelos credores internacionais e renegociar o acordo de ajuda à Grécia com a UE e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Muitos dizem que isso colocaria em questão a permanência da Grécia à zona do euro.

Breidthardt disse que, caso as eleições exijam que se reavaliem as condições para a Grécia fazer parte da zona do euro, a Comissão Europeia “lidará com isso assim que os eleitores gregos tenham dado seu veredicto”.

Em meio às incertezas envolvendo a Grécia e após polêmicas declarações de Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu (BCE), sobre possíveis medidas para conter uma deflação no bloco econômico, o euro atingiu nesta segunda-feira sua mais baixa cotação. (Com agências internacionais)

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