Policiais matam terroristas do atentado contra o jornal parisiense Charlie Hebdo

said_kouachi_01 (afp)Fim da caçada – Policiais franceses que participam da caçada aos terroristas de Parias, que promoveram um atentado contra o jornal Charlie Hebdo, deflagraram duas invasões simultâneas. Uma em Dammartin-em-Göelle, no nordeste da França, onde estavam refugiados os irmãos Chérif e Said Kouachi, e em um supermercado de produtos judaicos, em Porte Vincennes, na periferia da capital francesa, onde dois integrantes do grupo fizeram cinco reféns e exigiam o recuo dos policiais que participavam do cerco aos irmãos que assassinaram os jornalistas e chargistas do jornal satírico parisiense.

Ligados a células da Al Qaeda no Iêmen, os terroristas agiram em regiões distintas da França como forma de desviar a atenção dos policiais que participavam da megaoperação para localizar os responsáveis pelo ataque deflagrado na manhã de quarta-feira (7).

O refém que era mantido na gráfica localizada em uma zona industrial de Dammartin-em-Göelle foi libertado e os irmãos Said e Chérif foram mortos por policiais e que invadiram o estabelecimento. Em Paris, os policiais adentram ao supermercado de produtos judaicos, libertaram os cinco reféns e prenderam os sequestradores, um home e uma mulher. Um dos criminosos que agiram em Paris na manhã desta sexta-feira (9) é Amedy Coulibaly, de 32 anos. A mulher que o acompanhava na ação pode ser Hayat Boumeddiene, 26 anos. Ambos tinham ligações com os irmãos terroristas, conforme informou as autoridades francesas, e eram procurados desde a manhã.

Os quatro criminosos sabiam que estavam cercados e que o desfecho não seria favorável, mas esticaram ao máximo a ação para dar publicidade em âmbito global à causa obtusa que tem o radicalismo islâmico como justificativa. Apesar de todas as informações que apontam na direção de uma ligação dos terroristas com grupos extremistas do Oriente Médio, em especial a célula da Al Qaeda na Península Arábica, (AQAP, na sigla em inglês), nenhum grupo terrorista reivindicou a autoria dos atentados, assim como não deu sinais de que teria ordenado as ações.

A grande questão que fica no rastro do desfecho dessa caçada humana que consumiu mais de 48 horas é como se dará o combate ao terrorismo no Ocidente, pois grupos ligados a Al Qaeda programam ataques em massa para breve, conforme informou Andrew Parker, diretor do MI5, serviço de inteligência do Reino Unido. A dificuldade em combater esses terroristas é que os grupos radicais, que se escondem debaixo da figura de Maomé, deixaram para trás os grandes ataques, optando por ações criminosas menores e pontuais, sempre operadas pelos chamados lobos solitários. É o caso do ataque contra o Charlie Hebdo.

O problema maior que surge na esteira desse atentado terrorista ocorrido na capital francesa e que comoveu o planeta é que pelo menos duas correntes do radicalismo islâmico podem disputar a vitrine do jihadismo: a Al Qaeda, com suas muitas células espalhadas pelo mundo árabe, e o Estado Islâmico, que nos últimos meses avançou perigosamente na Síria e no Iraque.

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