Sequestrador do supermercado judeu em Paris foi ao Eliseu para falar com Sarkozy

amedi_coulibaly_01Ousadia antiga – Em julho de 2009, o jornal “Le Parisien” entrevistou Amedi Coulibaly, que à época trabalhava para a Coca-Cola e integrava um grupo de jovens que participaria de encontro com o então presidente francês Nicolas Sarkozy, no Palácio do Eliseu, sede do governo da França.

“Agrada-me muito. Não sei o que lhe vou dizer. Bom dia, para começar! No limite, perguntar se o presidente me pode arranjar trabalho”, disse Amedi, à época. “Em Grigny não temos o hábito de ir muito ao Eliseu. Encontrar-me com ele é impressionante. Quer se goste dele ou não. É o presidente”, acrescentou, segundo o artigo agora recuperado pelo “Le Parisien”.

Enquanto chefe de Estado, Sarkozy estava muito empenhado em um projeto para que as empresas contratassem mais jovens, referia a publicação.

Amedi Coulibaly, com 32 anos, tinha então 27. Nesta sexta-feira (9), sequestrou cinco pessoas no interior de um supermercado judeu, de comida kosher, em Paris. Coulibaly, que se juntou aos terroristas Chérif e Said Kouachi, foi morto no assalto ao supermercado por parte das forças de segurança francesas. Após a invasão do local, policiais detectaram que quatro reféns foram assassinados, três deles possivelmente antes da operação de assalto.

Em 2010, Amedi foi preso e depois condenado a cinco anos de prisão por participar do plano de tentativa de fuga do islamita Smain Ait-Belkacem,antigo membro do Grupo Islâmico Armado (GIA) argelino. Em 2002, Ait-Belkacem foi condenado à prisão perpétua por causa dos atentados contra o metro de Paris em outubro de 1995. Coulibaly foi libertado em maio de 2014 no rastro do benefício de redução de pena. (Com “Le Parisien” e “Libération”)

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