Barril de pólvora – O número de europeus que se uniram a fileiras jihadistas no Oriente Médio pode chegar a 5 mil, afirmou, nesta quarta-feira (14), Rob Wainwright, diretor da Europol (agência policial europeia). Wainwright classificou a cifra como “surpreendente” e “a mais séria ameaça que a Europa já enfrentou desde o 11 de setembro de 2001”.
“Estamos falando de 3 mil a 5 mil cidadãos da União Europeia (UE)”, disse o diretor da Europol, quando questionado pela comissão de assuntos internos do Parlamento britânico.
Rob Wainwright destacou que esses indivíduos representam uma ameaça ao regressarem a seus países de origem. “Estamos lidando com um grande número de homens, sobretudo jovens, que podem voltar, têm potencial intenção e capacidade de realizar ataques como os que vimos em Paris na semana passada.”
O dirigente da Europol pediu maior vigilância sobre as redes sociais, usadas pelos jihadistas como ferramenta de recrutamento. “Temos que ter uma relação mais próxima e produtiva entre a aplicação da lei e as empresas tecnológicas”, disse. Ele também cobrou maior compartilhamento de informações entre serviços de inteligência.
Em setembro de 2014, Gilles de Kerchove, coordenador de políticas antiterroristas da União Europeia (UE), estimou que cerca de 3 mil cidadãos europeus teriam viajado para engrossar as fileiras jihadistas na Síria e no Iraque. Na terça-feira (13), Kerchove afirmou que cerca de 30% deles regressaram a seus países de origem.
A questão do retorno de combatentes a países europeus chamou atenção na última semana, quando a França foi alvo de ataques terroristas. Said Kouachi, um dos dois irmãos responsáveis pelo atentado na redação do jornal Charlie Hebdo, estudou em faculdade do Iêmen fundada por um clérigo fundamentalista e foi treinado pelo braço da Al Qaeda no país. Seu irmão, Chérif, fazia parte da rede Buttes Chaumont, em Paris, que recrutava combatentes para o braço da Al Qaeda no Iraque. (Com agências internacionais)
