Petrobras deve inserir em balanço o prejuízo de Abreu e Lima; “tiroteio” entre envolvidos cresce

petrobras_18Faroeste caboclo – Quando o finado malandro Hugo Chávez, o bolivariano que inventou o falido socialismo do século XXI, desconfiou que as obras iniciais da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, já mostravam claros sinais de superfaturamento, a petroleira venezuelana PDVSA desistiu da sociedade com a Petrobras no negócio. A PDVSA só desistiu de negócio depois que Chávez conversou com o então presidente Luiz Inácio da Silva, o lobista de empreiteira, sobre o escândalo de corrupção que se erguia no vácuo das obras da refinaria.

Àquela altura, antes da roubalheira do Petrolão, a refinaria pernambucana estava orçada em US$ 2,4 bilhões. Atualmente, depois de seguidas gatunagens e aditivos contratuais criminosos, o custo de Abreu e Lima já está em US$ 18,5 bilhões, o que dá ao empreendimento o status de mais cara obra em execução no País. O custo da obra tornou-se tão absurdo, que as receitas futuras do empreendimento serão insuficientes para pagar o investimento. Em outras palavras, é mais um caso de polícia que tem como meliante o governo do Partido dos Trabalhadores.

Nesta quarta-feira (21), em nota distribuída à imprensa e ao mercado financeiro, a Petrobras admitiu que deverá incluir no balanço do terceiro trimestre de 2014 não apenas os estragos financeiros provocados pelo esquema de corrupção desbaratado pela Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, mas também o prejuízo decorrente da refinaria Abreu e Lima. Na edição do último domingo (18), o jornal “Folha de S. Paulo” estimou o prejuízo de Abreu e Lima em US$ 3,2 bilhões, montante considerado uma fortuna em qualquer parte do planeta.

“A Petrobras está realizado as análises necessárias para a divulgação das demonstrações financeiras do terceiro trimestre de 2014, incluindo a avaliação de ativos e projetos cuja constituição se deu por contratos de fornecimento com as empreiteiras citadas na Operação Lava Jato, inclusive a Rnest (Abreu e Lima), o que poderá resultar no reconhecimento de perdas e consequente revisão do seu ativo imobilizado atual”, destacou a estala na nota desta quarta-feira.

O balanço trimestral da Petrobras está atrasado, porque a consultoria PricewaterhouseCoopers (PWC), que audita as contas da estatal, se recusou a assinar o documento contábil. A petroleira nacional promete divulgar em breve o balanço do terceiro trimestre do ano passado, mesmo sem o aval da PWC.

Temendo o pior com o avanço das investigações da Operação Lava-Jato, o Palácio do Planalto forçou a Petrobras a buscar um culpado, como forma de minimizar o estrago provocado pela roubalheira. Seguindo as ordens palacianas, a estatal tentou, no último final de semana, por meio de nota, responsabilizar Paulo Roberto Costa pela absurda majoração do custo de Abreu e Lima.

A estratégia do governo tinha por objetivo não apenas salvar a Petrobras de uma enrascada sem precedentes, mas comprometer os depoimentos de Paulo Roberto Costa prestados a partir de acordo de delação premiada. Os palacianos sabem que o estrago será monstruoso quando vierem a público as denúncias, no âmbito da Lava-Jato, contra políticos, o que deve acontecer oficialmente na segunda quinzena de fevereiro.

O advogado de Paulo Roberto Costa rebateu a nota da Petrobras, alegando que seu cliente não tinha autonomia para autorizar gastos desse naipe. “Dessa forma, parece que ele é o algoz de uma perda bilionária para a Petrobras. Isso não é verdade. Ele não tinha autonomia para autorizar esse tipo de gasto”, disse o advogado João de Baldaque Mestieri.

Nessa queda de braços que marca os bastidores do Petrolão, o maior escândalo de corrupção da história brasileira, a Polícia Federal sai ganhando, pois detalhes dos crimes cometidos começam a ser revelados de maneira sequencial. Como sempre, quem está preso não quer pagar a fatura sozinho, enquanto quem está em liberdade pode, a qualquer momento, acabar atrás das grades.

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