Desesperado com a crise na Venezuela, comunista Nicolás Maduro apela a Deus

nicolas_maduro_03Agravamento do caos – Quem conhece minimamente a história da humanidade sabe ser estranho um comunista falando em Deus ou torcendo por milagres que consertem suas lambanças. Conhecidos ao redor do planeta como anti-Cristo, os comunistas estão apelando aos céus para manter em voga o embuste ideológico que vai na contra mão da coerência.

Chofeur do bolivarianismo e condutor do boquirroto “socialismo do século XXI”, invencionice malandra do finado tiranete Hugo Chávez, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, não ficou atrás dos seus desesperados colegas de esquerdismo e apelou ao Criador. “Deus proverá”, disse Maduro ao discursar na Assembleia Nacional venezuelana.

A frase profética e repleta de significados serviu para o bolivariano afirmar que apesar da queda do preço do petróleo no mercado internacional, que deflagrou crise econômica em pelo menos três países (Irã, Rússia e Venezuela), serão mantidos os investimentos nas áreas sociais. Sem esse tipo de promessa, Maduro já teria sido despejado do Palácio de Miraflores, sede do Executivo venezuelano.

A Venezuela vive uma crise econômico-social sem precedentes, que é diuturnamente mascarada com ações populistas do governo local e declarações contundentes e bizarras de Nicolás Maduro, que sempre culpa a direita golpista, o capitalismo e os Estados Unidos.

Há algumas semanas, Maduro agradeço ao povo venezuelano pela paciência de enfrentar silenciosamente um inusitado desabastecimento de produtos no país. Não é de hoje que a Venezuela transformou-se em uma versão tropical e latino-americana da pretérita União Soviética, quando os cidadãos formavam enormes filas para adquirir produtos de primeira necessidade e se engalfinhavam diante de mercadorias que desapreciam das prateleiras.

Nicolás Maduro sabe, assim como seus assessores mais próximos, que muito discurso não contém a fúria da população que cada vez enfrenta dificuldades para sobreviver por causa do desabastecimento. O presidente anunciou reajuste de 15% do salário mínimo, mas isso de nada adianta se não há o que comprar.

Economistas que acompanharam o discurso de Maduro afirmam que eram necessários anúncios econômicos mais consistentes para enfrentar a crise que coloca a Venezuela de ponta-cabeça. Antes do acirramento da crise, Nicolás Maduro, repetindo a estratégia criminosa de Chávez, expropriava negócios privados como forma de colocar a população contra o capital produtivo. Se essa receita funcionasse, a União Soviética continuaria existindo.

Como mencionado acima, Maduro insiste em culpar os Estados Unidos por um problema que é de sua responsabilidade. Como esse tipo de discurso não mais convence, o presidente da Venezuela precisava fazer algo para salvar o país sul-americano de um definitivo naufrágio socioeconômico.

Considerando que Washington e Havana avançam a passos largos no projeto de retomada das relações, a saída para o mandatário venezuelano, agora um maior abandonado, foi circular pelo planeta na tentativa de convencer os países que integram a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) a elevar o preço do produto por meio da redução da produção. A proposta tem lógica aritmética, mas a Arábia Saudita preferiu manter a produção nos níveis atuais e continuar estocando os EUA, que passaram a extrair óleo e gás das imensas jazidas de xisto betuminoso. Ou seja, briga de gente grande e endinheirada.

Tendo nas mãos um pires vazio, depois de uma viagem longa, custosa e fracassada, Maduro voltou a Caracas para anúncios e discursos tão mirabolantes quanto embusteiros. Como o “socialismo do século XXI” fracassou, o jeito foi arrumar outro culpado pela crise que derrete a Venezuela. E o escolhido foi Deus, já que o divino Hugo Chávez não mais aparece, encarnado em um pardal de quinta, para trocar ideias com seu eterno “moleque de recados”.

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