Minuto de silêncio – Morreu na noite desta quinta-feira (22) – sexta-feira (23), no horário local –, em Riad, aos 90 anos, o rei Abdullah bin Abdul Aziz Al-Saud, da Arábia Saudita. Abdullah estava internado há semanas com infecção pulmonar e será sucedido pelo meio-irmão príncipe Salman bin Abdul Aziz Al-Saud, 79 anos, que já havia assumido as responsabilidades do rei.
No poder desde 1º de agosto de 2005, quando sucedeu outro meio-irmão, o rei Fahd, Abdullah foi um dos mais fortes aliados dos Estados Unidos no mundo árabe. Ele uniu forças com Washington na luta contra a rede terrorista Al-Qaeda, criada pelo saudita Osama bin Laden, além de ter iniciado um processo de modernização da ultraconservadora monarquia muçulmana. O rei estava internado desde o dia 31 de dezembro para a realização de exames, segundo a agência oficial de notícias da Arábia Saudita.
A saúde do monarca era acompanhada de perto, pois qualquer alteração no comando do país árabe poderia provocar instabilidade em um dos maiores produtores de petróleo do planeta. A Arábia Saudita é uma monarquia absolutista, ou seja, sem Parlamento eleito. Isso dá ao rei poderes para legislar e nomear ministros.
Filho de Ibn Saud, fundador da moderna Arábia Saudita, Abdullah passou a maior parte da vida adulta ocupando cargos públicos no país. Em 1961, assumiu o posto de prefeito de Meca, o local sagrado para os muçulmanos. Um ano mais tarde, em 1962, foi nomeado comandante da Guarda Nacional saudita, cargo que ocupou até ascender ao trono.
Apontado pela revista Forbes, em 2013, como o oitavo homem mais poderoso do planeta, Abdullah era um amante da filantropia. Entre as muitas ações, o rei doou US$ 300 mil para mobiliar uma escola em New Orleans, destruída pelo furacão Katrina; US$ 500 milhões para o programa das Nações Unidas de combate à fome; e US$ 50 milhões para ajudar na reconstrução da cidade chinesa de Sichuan, atingida por um terremoto.
O anúncio da morte de Abdullah veio em comunicado lido por um apresentador de TV local, que transmitia simultaneamente imagens de adoradores na Kaaba, em Meca. “Sua Alteza Salman bin Abdulaziz Al-Saud e todos os membros da família e da nação lamentam informar que o guardião das duas Mesquitas Santas, o rei Abdullah bin Abdulaziz, morreu exatamente à 1h desta manhã”, destaca o comunicado.
Em março de 2014, Abdullah foi visto no acampamento real em Rawdat Khuraim, a 100 quilômetros da capital do país, respirando com a ajuda de tubos de oxigênio para receber o presidente Barack Obama, dos Estados Unidos. Fotografias oficiais mostravam o rei em cadeira de rodas.
Devido a problemas na coluna, o rei Abdullah passou por cirurgias em outubro de 2011 e em novembro de 2012. Em 2010, ele também passou por duas cirurgias em Nova York. (Com agências internacionais)
