Os dois pontos de discórdia que se colocavam como obstáculos eram as rígidas leis de responsabilidade nuclear da Índia, que impediam empresas americanas de fazer negócios no país, e a insistência dos Estados Unidos em rastrear material físsil fornecido pela Índia.
Segundo o embaixador americano na Índia, Richard Verma, o governo indiano formará consórcios de seguros que irão ressarcir empresas americanas em caso de algum acidente. Em troca, os EUA retiraram a cláusula de rastreamento do acordo.
“Estou contente que seis anos após termos assinado o acordo bilateral, agora seguimos rumo a uma cooperação comercial consistente com nossas leis e obrigações legais internacionais”, afirmou o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.
Energia solar na Índia
Obama ofereceu ainda ajuda financeira à Índia na busca do país para alcançar uma ambiciosa meta de energia solar e pediu o apoio de Modi nas negociações sobre o clima durante encontro da ONU que ocorrerá em Paris, em dezembro deste ano.
Terceiro maior emissor de gases do efeito estufa no mundo, a Índia tem se mostrado bastante resistente em firmar compromissos frente a metas de emissão sob a justificativa de que elas podem inibir o crescimento econômico do país, essencial para tirar milhões de indianos da pobreza. Modi afirma que o país optou por expandir sua capacidade de produzir energia renovável e reduzir a dependência de fontes poluentes.
“Apoiamos a ambiciosa meta por energia solar da Índia e permanecemos dispostos a acelerar esta expansão com financiamentos adicionais”, afirmou Obama durante uma entrevista coletiva ao lado de Modi em Nova Déli.
A Índia pretende investir 100 bilhões de dólares nos próximos sete anos no intuito de impulsionar em até 33 vezes a capacidade de energia solar do país, chegando a 100 mil megawatts.
O Banco de Importação e Exportação dos EUA, agência oficial de créditos do governo americano, oferecerá financiamento de projetos em energia solar no valor de 1 bilhão de dólares a empresas que queiram importar equipamento dos Estados Unidos.
Quebra de protocolo
Em encontro considerado simbólico, Barack Obama e Narendra Modi fizeram questão de mostrar afinidade e parceria no primeiro dos três dias de visita do chefe de governo dos EUA ao país asiático. Modi, que já teve visto negado para entrada nos Estados Unidos, quebrou o protocolo e recebeu o chefe de governo americano e a esposa Michelle com um abraço assim desembarcaram em Nova Déli.
A viagem de Obama será interrompida mais cedo do que a agenda prevista anteriormente pela Casa branca. Na terça-feira, o presidente embarca para a Arábia Saudita a fim de levar condolências ao país pelo falecimento do rei Abdullah, na sexta-feira última. (Com agências internacionais)