Queda de braço – A Corte Internacional de Justiça afirmou nesta terça-feira (3) que a Sérvia e a Croácia não cometeram genocídio durante a guerra nos Bálcãs, nos anos 90. Um país havia acusado o outro de assassinato deliberado de pessoas por motivos étnicos.
De acordo com o veredicto do principal órgão judiciário da Organização das Nações Unidas, os atos cometidos pelos sérvios não tinham a intenção de destruir o grupo étnico croata em algumas áreas da Croácia reclamadas pelos separatistas sérvios, mas de movê-los à força.
“A Croácia falhou em comprovar sua queixa de que foi cometido genocídio”, afirmou o presidente da corte, juiz Peter Tomka, ao ler o veredicto em Haia, na Holanda. Pouco depois, Tomka fez afirmação semelhante sobre a ação movida pela Sérvia contra a Croácia.
Segundo Tomka, muitos crimes foram cometidos pelos dois países durante o conflito, mas a intenção de cometer genocídio – a destruição total ou parcial de uma etnia – não foi provada contra nenhum dos dois. Decisões da corte são definitivas, não cabendo recurso.
A Croácia entrou com uma ação contra a Sérvia no tribunal de Haia em 1999, numa acusação de genocídio relativa à guerra da independência, entre 1991 e 1995, na sequência da dissolução da antiga Iugoslávia.
A Sérvia era acusada de limpeza étnica como uma forma de genocídio na cidade de Vukovar e em outras áreas, resultando num grande número de croatas deslocados, assassinados ou torturados, que ainda perderam suas terras. Em torno de 13,5 mil croatas foram mortos. A Croácia buscava compensações financeiras.
Em 2010, a Sérvia respondeu com uma ação contra a Croácia, afirmando que cerca de 200 mil pessoas de etnia sérvia foram forçadas a fugir quando, em 1995, a Croácia iniciou uma ofensiva militar para reconquistar território. Depois dessa ofensiva, a proporção de sérvios na Croácia caiu de 12% para 4%. Em torno de 6,5 mil sérvios foram mortos. (Com agências internacionais)