Petrolão: PF deflagra a Operação My Way, nona etapa da Lava-Jato; tesoureiro do PT está na mira

algemas_11Sol quadrado – A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (5) a Operação My Way, nona etapa da Operação Lava-Jato, que em março de 2014 desmontou um esquema de corrupção que funcionava em algumas diretorias da Petrobras. A ação policial desta quinta recebeu o mesmo nome de um conhecido sucesso de Frank Sinatra, usado pelo ex-gerente da estatal, Pedro Barusco, para referir-se a Renato Duque, ex-diretor de Serviços da companhia petrolífera.

Ao todo a PF cumpre 62 mandados, sendo um de prisão preventiva, no Rio de Janeiro; três de prisão temporária, em Santa Catarina (Itajaí e Balneário Camboriú); dezoito conduções coercitivas e quarenta de busca e apreensão. A ação ocorre simultaneamente também nos estados de São Paulo e Bahia.

Tesoureiro do PT e apontado como operador do partido no Petrolão, o maior escândalo de corrupção da história da humanidade, com prejuízo aos cofres da empresa estimado em R$ 88 bilhões, João Vaccari Neto, muito ligado ao ex-presidente Lula, é alvo de um mandado de condução coercitiva, quando a pessoa é levada para depor e liberada em seguida. A cunhada de Vaccari foi identificada nas investigações da Lava-Jato como sendo o elo que fazia com que o dinheiro imundo desviado da Petrobras chegasse ao PT e a alguns destacados integrantes da legenda.

De acordo com informações da Polícia Federal, os alvos da Operação My Way poderão responder por crimes de fraude a licitação, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

A etapa anterior da Operação Lava-Jato realizada, em 14 de janeiro, foi marcada pela prisão de Nestor Cerveró, ex-diretor da área Internacional da Petrobrás, que permanece preso na sede da Polícia Federal em Curitiba (PR). Cerveró foi preso no Aeroporto Internacional Tom Jobim, o velho Galeão, no Rio de Janeiro, ao desembarcar com a família de um voo procedente de Londres.

Na sétima fase da Lava-Jato, a PF deflagrou em novembro de 2014, a Operação Juízo Final, quando foram presos executivos das principais empreiteiras do País. Na ocasião, quatro presidentes de grandes empreiteiras, quinze executivos e um ex-diretor da Petrobrás, ligado ao PT, tiveram prisões decretadas pelo juiz federal Sérgio Fernando Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba. Todos continuam presos na capital paranaense, exceto Renato Duque, colocado em liberdade em dezembro passado por decisão do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao STF para que Duque seja preso novamente, sob a alegação de que o acusado tem muito dinheiro e pode fugir do País a qualquer momento.

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