Janot descarta investigar Aécio e Henrique Alves, mas não perdoou Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo

aecio_neves_18Fora do foco – A divulgação da lista de políticos envolvidos no escândalo do Petrolão ainda não aconteceu, mas sabe-se que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, rejeitou o pedido de abertura de inquérito para investigar o senador Aécio Neves (PSDB-MG), cujo nome teria sido mencionado em um eventual episódio envolvendo uma das empreiteiras investigadas na Operação Lava-Jato, da Polícia Federal.

Janot também recomendou o arquivamento do pedido de inquérito sobre Henrique Eduardo Alves, ex-presidente da Câmara dos Deputados e candidato derrotado ao governo do Rio Grande do Norte. Alves, que aguardava a divulgação da lista de políticos flagrados no Petrolão, o maior escândalo de corrupção da história em todos os tempos, deve assumir o Ministério do Turismo. A presidente Dilma Rousseff não o indicou para a pasta diante da possibilidade de o peemedebista ter o nome citado na lista do procurador-geral da República.

Se o horizonte clareou, pelo por enquanto, para Aécio e Henrique Alves, para a senadora petista Gleisi Helena Hoffmann (PR), ex-chefe da Casa Civil, e seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo da Silva, a situação é péssima. Ambos tiveram pedidos de inquérito aceitos pela Procuradoria-Geral da República, sendo que de agora em diante caberá ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, decidir se aceita a recomendação de Janot.

Gleisi e Paulo Bernardo fazem parte da lista de sessenta políticos envolvidos no escândalo do Petrolão que está de posse do UCHO.INFO. Entre os acusados de envolvimento no esquema criminoso que sangrou os cofres da Petrobras e foi interrompido pela Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, há senadores, deputados federais, ex-governadores e ministros de Estado. Sem contar que a Lava-Jato, que há muito subiu a rampa do Palácio do Planalto, já colocou Dilma Rousseff e Lula na alça de mira.

No caso do outrora “casal 20 do PT”, a denúncia partiu dos dois principais delatores da Lava-Jato, o doleiro Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras. A pedido de Paulo Bernardo, à época ministro do Planejamento, Gleisi teria recebido no caixa de sua campanha ao Senado, em 2010, R% 1 milhão do esquema criminoso.

Para quem costuma processar jornalistas como forma de intimidação, Gleisi Hoffmann encontra-se em situação no mínimo vexatória, a caminho de eventual cassação de mandato. Caso o Senado Federal decida adotar a mesma interpretação da Câmara dos Deputados que culminou com a cassação do mandato do ex-petista André Vargas, a senadora Gleisi já deveria começar a arrumar as gavetas e chamar um caminhão de mudança.

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