Na próxima quinta-feira será a vez de Cunha e Gabrielli serem ouvidos na CPI da Petrobras

eduardo_cunha_07Sob pressão – A CPI da Petrobras reservou para a próxima quinta-feira (12) o banco dos réus para dois depoentes ilustres: José Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras, e Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados e alvo de investigação por determinação do Supremo Tribunal Federal. Gabrielli e Cunha prestarão depoimentos aos integrantes da comissão criada para investigar o Petrolão, confirmou nesta terça-feira o deputado Hugo Motta (PMDB-PB), presidente da CPI.

Na última semana, o presidente da Câmara colocou-se à disposição para esclarecer a abertura de investigação contra ele por suposto envolvimento no esquema de corrupção da estatal. Inclusive, no último dia 5, Eduardo Cunha foi à reunião da CPI e discursou aos parlamentares, manifestando vontade de apresentar sua versão dos fatos narrados nas petições da Procuradoria Geral da República (PGR).

Em depoimento no âmbito de delação premiada, o doleiro Alberto Youssef afirmou que o parlamentar usou uma representação na Câmara dos Deputados como forma de pressionar pelo pagamento de propinas ao PMDB referente a um contrato de fornecimento de navios à Petrobras. Diante da pressão, o executivo Julio Camargo, do grupo Toyo Setal, repassou R$ 6 milhões ao suposto operador do PMDB, Fernando Baiano. Cunha nega as acusações.

O deputado Ivan Valente (Psol-SP), que quer ouvir todos os citados na Lava-Jato, disse que a CPI deveria definir a data do depoimento de Cunha. “Acho positivo que Eduardo Cunha queira prestar depoimentos, mas acho que a CPI deveria escolher o melhor momento”, opinou. Hugo Motta disse que vai atender a todos pedidos de parlamentares que queiram dar sua versão.

Nesta terça, a CPI vai ouvir o ex-gerente de Serviços da Petrobras Pedro Barusco. Em depoimento num acordo de delação premiada, ele estimou que o PT recebeu até US$ 200 milhões por intermédio do tesoureiro João Vaccari Neto. Barusco também disse que começou a receber propina da empresa holandesa SBM Offshore em 1997, durante o governo Fernando Henrique Cardoso. (Por Danielle Cabral Távora)

apoio_04