Gregos reclamam de ofensa e mal-estar com alemães piora

wolfgang_schauble_01Troca de farpas – Em meio às exigências gregas por reparações bilionárias por crimes cometidos pelos nazistas, surgiu uma nova celeuma entre os governos em Atenas e Berlim. A origem, desta vez, é uma suposta ofensa por parte dos alemães.

A imprensa grega noticiou nesta quinta-feira (12) que o ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble (à esquerda na foto), ofendeu o seu colega grego, Yanis Varoufakis. Schäuble teria chamado a estratégia de comunicação de Varoufakis, durante um encontro de ministros em Bruxelas, nesta terça-feira, de “estupidamente ingênua”. O ministro alemão disse que a acusação não faz sentido.

O entrevero ganhou viés diplomático. O embaixador da Grécia em Berlim telefonou para o Ministério alemão do Exterior para fazer uma reclamação oficial sobre a declaração de Schäuble. O gesto é incomum, já que todos os ministros das Finanças da União Europeia (UE) têm os números telefônicos de seus colegas. Um simples telefonema de Varoufakis bastaria para esclarecer a questão.

Inicialmente nem o Ministério do Exterior da Alemanha nem o governo em Atenas quiseram especificar qual era a declaração. Mais tarde, o governo grego divulgou que não se tratava de apenas uma declaração, mas do comportamento e do tom adotados pelo ministro alemão.

A confusão parece ter origem num erro de compreensão ou de tradução por parte da imprensa grega. A gravação do encontro desta terça-feira em Bruxelas deixa claro que Schäuble ironiza Varoufakis, mas não o ofende. “Bem, que ele [Varoufakis] de repente seja ingênuo nesse negócio de comunicação – eu [Schäuble] disse a ele [Varoufakis] – é algo novo para mim. Mas a gente está sempre aprendendo.”

Schäuble fazia referência a declarações anteriores suas. Ele já chamou Varoufakis de “economista mundialmente famoso”, que seria muito melhor na arte da autopromoção do que no conhecimento sobre economia. Há semanas que o alemão não faz a mínima questão de esconder sua opinião sobre o colega grego. Schäuble o considera um populista, que reinterpreta e não cumpre o que foi acertado. (Com agências internacionais)

apoio_04