Face lenhosa – Senador pelo Democratas de Goiás e líder do partido no Senado Federal, Ronaldo Caiado contestou o anúncio sobre “pacote anticorrupção” feito pela presidente Dilma Rousseff durante pronunciamento nesta quarta-feira (18). De acordo com o parlamentar, as medidas anunciadas são em grande maioria “requentadas” e não bastam para que a crise política e o estado de descrédito da população com o governo sejam atenuadas.
“Nenhum cidadão colocaria qualquer obstáculo na aprovação de projetos com intuito de combater a corrupção no país, mas é preciso ter seriedade em suas propostas e não simplesmente requentar uma série de projetos já em tramitação ou discussão no Congresso. Ela poderia começar dando o bom exemplo e abrindo mão de suas prerrogativas para que pudesse ser investigada”, sugeriu Caiado.
O democrata reforça que, embora a Constituição não impeça a investigação de um presidente, há no momento uma dificuldade em iniciar um processo de investigação contra Dilma Rousseff, citada em delação premiada onze vezes.
Caiado também lembrou da insistência do PT em manter João Vaccari Neto no cargo de tesoureiro do partido, mesmo sendo investigado como principal operador do esquema de propina para o financiamento de campanhas do partido.
“João Vaccari permanece sendo protegido pelo PT mesmo sendo apontado como o maior cobrador de propina da história do país. Esse cidadão sequer foi destituído da função de tesoureiro. Como é que uma presidente desse partido vai apresentar projeto anticorrupção?”, indagou.
Caixa 2
Ronaldo Caiado também ressaltou a incoerência de Dilma em apresentar a proposta que tipifica o crime de caixa 2, quando a tese defendida pelo então advogado do seu partido, Márcio Thomaz Bastos, abordava o financiamento ilegal de campanha à época do Mensalão para livrar mensaleiros de uma penalização maior.
“Se lembram que o advogado do PT, Márcio Thomaz Bastos, trabalhou toda a tese para que o mensalão fosse enquadrado como caixa 2? Ora, se está sendo tipificado neste momento, quer dizer que quem enriqueceu ilegalmente não será responsabilizado por isso? A partir da tipificação é que nós teremos a criminalização do roubo?”, questionou.