Crise econômica: pessimista, mercado financeiro prevê inflação de 8,12% e recuo de 0,83% do PIB

inflacao_28Rédea solta – De acordo com o Boletim Focus, do Banco Central, analistas do mercado financeiro elevaram novamente suas projeções para a inflação. A alta foi de 1,24% do IPCA-15 de março.

A previsão para este ano sobre o IPCA, índice oficial de inflação, ultrapassou pela primeira vez o patamar de 8%, saltando de 7,93% para 8,12%. O teto do plano de metas instituído pelo governo é 6,5%.

Economistas também esperam um furo da meta e prevêem a inflação a 8,33%. Para o final de 2016, a mediana das projeções para o IPCA foi ampliada de 5,60% para 5,61%.

Assim como o IPCA, os analistas pioraram ainda suas previsões para o Produto Interno Bruto (PIB) e preveem uma retração de 0,83% da atividade econômica. A previsão anterior era de 0,78%. Para o ano que vem, a previsão de alta é de 1,20%.

Vale lembrar que a referência para a confecção das previsões para o PIB em 2015 e 2016 continua sendo a produção industrial. No boletim Focus, a mediana das estimativas do mercado para o setor manufatureiro revela uma expectativa de queda de 2,19% para este ano, a mesma previsão de baixa vista na semana passada. Para o ano que vem, as apostas de expansão para a indústria foram mantidas em 1,68%.

Os analistas esperam mais descontrole da inflação no curto prazo. Depois da alta de 1,24% de janeiro, revelada pelo IBGE, e de 1,22% em fevereiro, a projeção para a taxa em março, também segue acima de 1%. O Banco Central trabalha com um cenário de alta para o IPCA nos primeiros meses deste ano. A expectativa é a de que a pressão dos preços administrados fique circunscrita ao primeiro trimestre de 2015.

Enquanto isso, o mercado financeiro está dividido em relação à próxima decisão do Comitê de Política Monetária (Copom). Em março, o colegiado aumentou a taxa básica de juros dos atuais 12,25% ao ano para 12,75%, conforme o esperado. Agora, a pesquisa Focus mostra uma alta de 13,13% para o encontro do mês que vem, o que revela uma incerteza sobre uma nova alta de 0,50 ponto porcentual, para 13,25%, ou de redução do ritmo de elevação, para 0,25 pp, o que levaria a taxa para 13,00%.

Para o final de 2015, a mediana das previsões foi mantida em 13,00%. A perspectiva é que o Copom elevará mais a Selic ao longo de 2015 para depois reduzi-la ao final do ano. Quatro semanas antes, essa taxa média estava em 12,84% ao ano.

Ainda segundo os economistas, a Selic encerrará este ano em 13,75% ao ano. A perspectiva anterior era de 13,50%, e 2016, em 12,00% ante 11,50% da semana anterior. (Por Danielle Cabral Távora)

apoio_04