Com Shell e BG, Petrobras espera multiplicar por dez a produção de petróleo e gás no Brasil

petroleo_38Unindo forças – A Petrobras terá como principal parceira no Brasil a companhia resultante da união das petroleiras britânica BG e anglo-holandesa Shell. Com isso, as empresas esperam multiplicar por mais de dez a produção de petróleo e gás no país até o fim da década.

Nesta quarta-feira (8), a Shell formalizou a compra da BG em um gigantesco negócio de 47 bilhões de libras (cerca de R$ 218 bilhões), com a entrega de dinheiro e ações. “A combinação dos negócios melhorará a posição da Shell como um detentor de grandes reservas e investidor no Brasil, com potencial de aumentar a produção da Shell de 52 mil barris equivalentes de petróleo por dia em 2014 para estimativa de 550 mil barris por dia para o grupo combinado no fim da década”, ressalta comunicado enviado ao mercado.

A Shell afirma que a aquisição da BG permitirá que os acionistas da empresa explorem áreas promissoras no Brasil. “Os campos de exploração da BG oferecem crescimento de curto prazo e opções na Bacia de Campos, complementando a produção existente da Shell e o potencial do projeto de longo prazo de Libra”, explica.

A Shell e BG, juntas, terão um importante papel para a Petrobras. “O grupo combinado será o principal parceiro da Petrobras, trabalhando para garantir que o aprendizado seja aplicado pelo grupo para o desenvolvimento da atividade em águas profundas no Brasil nas próximas décadas”, destaca o documento.

O comunicado da Shell ainda lembra que a companhia já tem posição importante na exploração de águas profundas no Brasil. “A tecnologia e a capacidade da Shell nessa área estão entre as melhores da indústria”, assegura. Segundo a empresa, o” retorno sobre o capital empregado em águas profundas ficou em atrativos 12% em 2014″.

Vale ressaltar que em todo o mundo, a união das operações da Shell e da BG deve gerar sinergias de quase 7,8 bilhões de reais por ano. Porém, o negócio ainda precisa ser aprovado por autoridades internacionais de defesa da concorrência, entre elas, no Brasil, o Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência (Cade). A aprovação da União Europeia, Brasil, China e Austrália e a aceitação do investimento estrangeiro na Austrália são pré-condições para a combinação dos negócios, afirma o comunicado enviado pela anglo-holandesa aos investidores.

Após a aprovação do negócio pelos conselhos de administração da Shell e BG e o anúncio ao mercado já feito, as empresas esperam que a oferta detalhada da operação seja encaminhada aos investidores da BG em no máximo 28 dias.

Brasil

Ben van Beurden, diretor-executivo da Shell, fez vários elogios ao Brasil durante teleconferência para apresentação dos detalhes da oferta. Segundo ele, a experiência no país com o início da exploração no pré-sal e a parceria com a estatal Petrobras deram mais confiança para a empresa no país.

O Brasil é uma das peças mais importantes na combinação dos negócios entre Shell e BG. “Temos uma longa história no Brasil. Hoje, temos grandes campos bem sucedidos, uma joint venture com a Raízen e atrativos retornos”, revelou durante a teleconferência. “Em 2013, entramos no pré-sal no campo de Libra. A experiência que ganhamos, inclusive com a Petrobras, nos deu lucratividade e confiança sobre nossa posição. O Brasil está acima da média em termos de lucro”, explicou executivo-chefe.

A BG também tem posição importante no Brasil. “A BG participa de cinco campos de classe mundial na exploração do pré-sal, inclusive no gigante campo de Lula”, finalizou Beurden. (Por Danielle Cabral Távora)

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