Estados Unidos reconhecem que Al Qaeda ganha terreno no fragilizado Iêmen

al_qaeda_02Pegando carona – O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Ashton Carter, reconheceu nesta quarta-feira (8) que o grupo terrorista Al Qaeda está ganhando terreno em meio ao caos no Iêmen. Ao mesmo tempo, ele prometeu que Washington irá continuar combatendo os extremistas xiitas houthis, apesar do confronto que assola o país.

“A situação ainda está muito agitada, e há diferentes partes em conflito”, afirmou Carter durante visita ao Japão. “Os houthis são uma delas e a Aqap [ramificação da Al Qaeda no Iêmen] é outra, a qual se aproveitou da desordem e do colapso do governo central.”

Segundo Carter, a Aqap vem ganhando espaço enquanto tenta ampliar seu território. “A ameaça terrorista da Aqapao Ocidente, incluindo os EUA, é duradoura e bastante séria”, destacou.

Carter ressaltou ainda que é sempre mais fácil conduzir operações antiterrorismo quando há um governo estável, “disposto a cooperar”. “É claro que tais circunstâncias não existem no Iêmen no momento, mas isso não quer dizer que não continuaremos a tomar as medidas necessárias para nos proteger. Temos que fazê-lo de modo diferente, e é o que fazemos.”

Carter afirmou ter esperanças de que a paz seja restaurada no Iêmen, “não apenas por essas razões, mas também pelo sofrimento que há no país”.

Os houthis, juntamente com unidades do Exército leais ao ex-presidente Ali Abdullah Saleh, vem lutando contra os apoiadores do presidente Abd Rabbuh Mansur al-Hadi, que fugiu do país para a capital da Arábia Saudita, Riad.

Na semana passada, a Aqap – apontada pelos EUA como a mais perigosa ramificação da Al Qaeda – capturou instalações do Exército e o porto de Al Mukalla, no sudeste do país.
No fim do mês passado, uma coalizão liderada pelos sauditas realizou ataques aéreos a alvos xiitas no país, em meio a temores de que o Iêmen caia sob domínio dos houthis e entre na zona de influência do Irã, rival da Arábia Saudita na região.

Assim como Carter, observadores internacionais afirmam que a Al Qaeda e outros grupos se aproveitam da instabilidade no Iêmen, onde, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 540 pessoas morreram desde o acirramento dos combates, em meados de março. (Com agências internacionais)

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