Maior índice para o mês desde 1995, inflação oficial de março é o gatilho para cobrar a saída de Dilma

dilma_rousseff_483Na berlinda – Nos últimos meses, o UCHO.INFO tem afirmado com insistência que a crise econômica que chacoalha o Brasil tem um poder muito mais devastador em relação a Dilma Rousseff do que qualquer pedido de impeachment. Lembrando que até o momento a presidente não cometeu, no atual mandato, qualquer irregularidade que justificasse seu impedimento.

Dona de temperamento tão forte quanto insuportável e refém de incompetência conhecida, Dilma por certo não suportará a pressão que advém da sociedade, em especial da parcela que acreditou em suas muitas mentiras de campanha. E popular deve aumentar na mesma proporção em que cresce a crise econômica que vem tirando o sono dos brasileiros.

Nesta quarta-feira (8), como esperado, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a inflação oficial de março ficou em 1,32%, após avançar 1,22% em fevereiro. Trata-se da maior taxa desde fevereiro de 2003, quando o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, atingiu 1,57%. O IPCA de março deste ano é o mais elevado para o mês desde 1995,

No acumulado de doze meses, o indicador de inflação está em 8,13%, o maior avanço desde dezembro de 2003 (9,3%). A previsão mais recente do mercado financeiro, trazida a público pelo Boletim Focus, do Banco Central, aponta inflação de 8,2% até o final deste ano, índice muito acima do teto (6,5%) do programa de metas estipulado pelo governo.

“O que a gente analisa em doze meses é que o consumidor está pagando mais para vários produtos, mas principalmente para se alimentar e para morar”, destaca Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE.

No primeiro trimestre deste ano, o IPCA ficou em 3,83%. Em março de 2014, o índice atingiu a marca de 0,92%.

“Lá em 2003, o ano vinha trazendo inflação que começou no segundo semestre de 2002. O ano de 2002 fechou com inflação de 12,52%. E teve o efeito do dólar. A característica do primeiro trimestre de 2003 tem pontos em comum com esse ano, mas o perfil é diferenciado. Porque ali foi uma mega desvalorização do real que influenciou os preços, por conta das eleições, influenciou a alta do dólar e isso se descarregou ainda no primeiro trimestre de 2003”, analisou a coordenadora.

O vilão da inflação de março foi a energia elétrica, representando mais de 50% do índice geral. O aumento médio foi de 22,08%. Segundo o IBGE, com a revisão tarifária aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), houve aumentos extras, que acabaram impactando na inflação do mês.

“Com os aumentos ocorridos, o consumidor está pagando neste ano, em média, 36,34% a mais pelo uso da energia, enquanto nos últimos 12 meses, as contas já estão 60,42% mais caras”, destaca o IBGE em nota.

A energia elétrica integra o grupo de “gastos com habitação”. De tal modo, a variação de preços do grupo foi a maior entre todos os outros pesquisados (5,29%). No mês anterior, foi de 1,22%.

Capítulo seguinte, as despesas com alimentação e bebidas, cujos preços avançaram 1,17%, depois alta de 0,81% no mês anterior.
No grupo “gastos com transportes” foi registrada desaceleração da alta de preços, de 2,20% para 0,46%. A gasolina ficou 1,26% mais cara e o ônibus urbano, 0,85%.

“Houve uma influência forte da energia, ônibus, realinhamento das tarifas de ônibus – muitas não aumentaram ano passado -, a gasolina. Basicamente tarifas, pressão forte das tarifas com alimentos também”, explica Eulina.

Ficaram mais baratos os itens “passagens aéreas” (-15,45%) e “telefone fixo” (-4,13%).

“Nesse primeiro trimestre, o país está vivendo pressão do dólar, que afeta produtos importados, insumos, mas além da pressão do dólar, a gente tem o realinhamento dos preços administrados, com pressão forte da energia elétrica, realinhamento dos preços da gasolina. Aumento de imposto não só sobre a gasolina, mas também itens caros de consumo da população, como automóvel”, completou a IBGE.

Analisados os números apresentados nesta quarta-feira pelo IBGE, fica claro que a pressão popular, no rastro da grave crise econômica, tem ingredientes de sobra para fazer Dilma Rousseff pensar na possibilidade de realizar no Palácio do Planalto um evento do tipo “baile do adeus”. E tocar a música da despedida cabe aos brasileiros de bem e descontentes com o status quo criminoso implantado pelo PT.

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