Pesquisa mostra que maioria dos cubanos prefere Obama a ditadores Fidel e Raúl

(Reuters)
(Reuters)
Fio trocado – Uma pesquisa de opinião realizada em Cuba mostrou que 80% dos moradores da ilha fazem uma avaliação positiva do presidente norte-americano Barack Obama. Ainda de acordo com a enquete, a popularidade de Obama é bem maior do que a da ditadura facinorosa dos irmãos Castro. Fidel é bem visto por 44% dos cubanos, já Raúl Castro tem 47% de aprovação.

A pesquisa foi encomendada pelo jornal “The Washington Post” e revelou uma população esperançosa com relação à reaproximação diplomática entre os Estados Unidos e Cuba. Aproximadamente 97% consideram que a normalização diplomática beneficiará o país, enquanto 73% dos cubanos estão otimistas em relação ao futuro de suas famílias na ilha.

A enquete aponta também que os cubanos estão infelizes com o regime dos irmãos Castro, desencantados com a economia controlada pelo Estado e ansiosos pelo fim do embargo imposto pelos Estados Unidos ao país caribenho. Mais de metade dos entrevistados afirmou que, se tivesse chance, deixaria o país para procurar novas oportunidades.

O jornal norte-americano ressalta que a amostragem apresenta panorama único de dentro de Cuba, uma vez que o acesso limitado dos moradores à telefonia e aos serviços de internet dificulta a realização de pesquisas independentes. Os levantamentos de opinião pública no país são todos conduzidos pela ditadura castrista.

Entre os cubanos insatisfeitos, 79% reclamaram do sistema econômico do país, 49% disseram sentir a falta de liberdade na ilha e 52% pediram a criação de novos partidos políticos. Quanto à reaproximação diplomática entre Washington e Havana, 64% estão convencidos de que ocorrerão mudanças econômicas na ilha. Entretanto, 54% acreditam que a retomada do diálogo não alterará o sistema político vigente no país.

Fernand Amandi, responsável pela empresa que conduziu a pesquisa, afirmou que o pessimismo com relação a uma reforma política leva muitos moradores de Cuba a concluir que a saída é “buscar um futuro no exterior”. “Embora a população se sinta muito otimista com a nova abertura e o que ela representa para ajudar na situação econômica, a grande maioria quer ir embora de Cuba e viver em outro país, sobretudo a geração que será o futuro cubano”.

Na próxima sexta-feira (10) e sábado (11), tanto Obama quanto o ditador Raúl Castro participarão da Cúpula das Américas, no Panamá. A Casa Branca informou que os dois mandatários provavelmente se encontrarão e conversarão no evento.

Em dezembro de 2013, durante o funeral do ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, Obama cumprimentou Raúl pela primeira vez. Um gesto desse tipo não acontecia desde 2000, quando Bill Clinton cumprimentou Fidel Castro após almoço oferecido pelas Nações Unidas aos chefes de Estado que participaram da Cúpula do Milênio. Aquela foi a primeira vez, segundo os registros oficiais, que o então ditador cubano trocou cumprimentos e falou diretamente com um presidente americano no exercício da função desde 1959, quando assumiu o poder. (Por Danielle Cabral Távora)

apoio_04