Com adesão de novos grupos, PM interditará toda a Avenida Paulista para protesto contra Dilma

dilma_rousseff_520Todos na rua – O comando da Policia Militar de São Paulo decidiu interditar um espaço maior para a realização da manifestação contra a presidente Dilma Rousseff marcado para o próximo domingo, 12 de abril. A decisão decorre da adesão de novos movimentos ao protesto. Vale ressaltar que na manifestação do dia 15 de março compareceram à Avenida Paulista mais de 1 milhão de pessoas.

No próximo domingo, toda a Avenida Paulista será fechada para a manifestação, que novamente ocorrerá sem deslocamento. “Estamos prevendo que essa manifestação siga a mesma tendência da primeira. A expectativa é que a quantidade de gente seja semelhante. Então, a área vai ser um pouco maior. Na prática, vai ser a Avenida Paulista inteira, da Praça Osvaldo Cruz à Praça do Ciclista”, explicou o capitão Emerson Massera, porta-voz da PM.

Na quarta-feira, (8), nove movimentos participaram de uma reunião com a PM para definir os detalhes do protesto. Na manifestação anterior, eram apenas cinco grupos – Vem pra Rua, Movimento Brasil Livre, Revoltados Online, Solidariedade e SOS Forças Armadas. Assim, somaram-se a eles os movimentos Quero me Defender, Acorda Brasil, União Nacionalista Democrática e Movimento 15 de Março. A expectativa é que cada movimento leve ao menos um caminhão de som. A previsão é de que sejam utilizadas catorze carretas.

Enquanto alguns movimentos cobram o impeachment da presidente, outros preferem falar em renúncia. Há também grupos que defendem intervenção militar. Por isso, cada movimento ficará com um ponto da Avenida Paulista para evitar atritos e “batalha de microfones”.

O Movimento Brasil Livre (MBL), entrou com um pedido de liminar na Justiça para impedir que os movimentos intervencionistas se manifestem ao lado deles. “Buscamos que eles fiquem a pelo menos 500 metros de distância da gente. No último ato, eles ficaram na nossa frente [no vão livre do Masp] e nos prejudicaram”, disse o representante do MBL, o advogado Rubens Nunes.

Alguns dos movimentos novos também têm atritos com os três principais articuladores dos protestos – Vem pra Rua, MBL e Revoltados. “O nosso grupo tem vinte pessoas. Algumas aspiravam participar [desses movimentos], outros participaram e por divergências acabaram saindo. [Não concordamos] com algumas questões administrativas, como a prestação de contas dos grupos”, revelou André Antunes, líder do Movimento 15 de Março, criado há apenas vinte dias.

A maior preocupação da PM é com o vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), que em 15 de março foi totalmente ocupado pelos manifestantes. Na reunião, uma engenheira contratada pelo museu explicou que a concentração de pessoas pode comprometer, a longo prazo, a estrutura do local. Assim, a Polícia Militar fará um cordão de isolamento na área.

Foi informado também que, ao contrário do protesto anterior, as estações de Metrô da Avenida Paulista não serão fechadas, mas contarão com um efetivo maior de guardas da própria companhia para evitar tumultos. A Companhia de Engenharia de Tráfego também se comprometeu a retirar o entulho das obras das ciclovias que estão sendo construídas no local. (Por Danielle Cabral Távora)

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