Casa Branca confirma que Obama e Raúl Castro se encontrarão no sábado

raul_castro_02Bandeira branca – Um assessor da Casa Branca confirmou que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o ditador cubano Raúl Castro se encontrarão informalmente no sábado (11), no Panamá. “Antecipamos que Obama e Castro terão um diálogo amanhã às margens da Cúpula das Américas”, afirmou aos jornalistas o assessor adjunto de Segurança Nacional da Casa Branca, Ben Rhodes.

A reaproximação, considerada histórica, promete dominar a Cúpula das Américas. Há cerca de quatro meses, o presidente americano e o ditador cubano anunciaram a disposição de melhorar as relações e impulsionar o comércio e as viagens entre os dois países.

A Casa Branca revelou que os dois chefes de Estado conversaram por telefone na última quarta-feira (8), antes de Obama deixar Washington, e discutiram o processo de retomada das relações diplomáticas formais e a abertura de embaixadas. Obama e Castro têm agendas separadas na maior parte do dia, mas participarão do início oficial do encontro de cúpula junto com outros líderes regionais na sexta-feira à noite.

Em dezembro de 2013, durante o funeral do ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, Obama cumprimentou Raúl pela primeira vez. Um gesto desse tipo não acontecia desde 2000, quando Bill Clinton cumprimentou Fidel Castro após almoço oferecido pelas Nações Unidas aos chefes de Estado que participaram da Cúpula do Milênio. Aquela foi a primeira vez, segundo os registros oficiais, que o então ditador cubano trocou cumprimentos e falou diretamente com um presidente americano no exercício da função desde 1959, quando assumiu o poder.

Reaproximação

John Kerry, secretário de Estado americano, e Bruno Rodriguez, ministro das Relações Exteriores de Cuba, se reuniram em um hotel da Cidade do Panamá na quinta-feira à noite. Esse foi o primeiro encontro entre os principais diplomatas dos países desde 1958.

Além disso, Obama parece estar decidido a retirar Cuba de uma lista de países que patrocinam o terrorismo. Ter o nome incluído nesta lista implica uma série de sanções automáticas dos EUA. Inclusive, Cuba citou sua inclusão na lista como um obstáculo para a restauração completa das relações diplomáticas e a abertura de embaixadas que Obama e Raúl anunciaram em dezembro passado.

Barack Obama chegou a alertar que o processo de negociações “levará tempo” para a retirada de Cuba da lista. “Nunca previ que tudo pudesse mudar do dia para a noite”. Entretanto, o presidente também avisou que irá para a cúpula com “uma mensagem de diálogo”.

Um dos objetivos imediatos da agenda de aproximação é o restabelecimento dos laços diplomáticos e a abertura das embaixadas. No momento, Havana e Washington têm Seções de Interesses, um status diplomático excepcional que os dois países mantêm nas duas capitais desde 1977, com assistência da Suíça.

Entre os pontos de maior atrito estão: as indenizações para as empresas americanas nacionalizadas após a revolução cubana; e a exigência de Havana de uma compensação pelas perdas provocadas pelo embargo comercial imposto por Washington à ilha a partir de 1962, que segundo o governo cubano teria provocado um prejuízo de 116 bilhões de dólares.

Havana ainda almeja a devolução da base naval de Guantánamo, no extremo leste da Ilha, que os Estados Unidos ocupam desde 1903, porém este é um tema tabu para Washington, especialmente porque Obama ainda precisa fechar o centro de detenção que funciona na base, onde permanecem mais de 100 prisioneiros. (Por Danielle Cabral Távora)

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