Sem desânimo – Em entrevista coletiva concedida na tarde de quinta-feira (9), o líder do PSDB no Senado Federal, Cássio Cunha Lima (PB,) afirmou que o partido insistirá na criação da Comissão Parlamentar de Inquérito dos Fundos de Pensão. O pedido de abertura de CPI foi protocolado junto à Mesa do Senado na terça-feira (7) pelo senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e pela senadora Ana Amélia (PP-RS). Foram obtidas 32 assinaturas, cinco a mais do que o número mínimo exigido para abertura de CPI (27, que representa um terço do total dos senadores).
Ocorre que, na última hora, próximo da meia-noite, seis parlamentares retiraram suas assinaturas de apoio. Logo, restaram 26 assinaturas. E ficou faltando uma para que a CPI, destinada a investigar irregularidades na gestão de recursos de fundos de previdência complementar de empregados de sociedades de economia mista e de empresas públicas controladas direta e indiretamente pela União, fosse instalada.
Entre as entidades cujas contas seriam investigadas estão a Previ, dos funcionários do Banco do Brasil; a Petros, da Petrobras; a Funcef, dos empregados da Caixa Econômica Federal; e o Postalis, dos Correios.
Crime não pode ficar impune
“Nós não vamos desistir da CPI. A partir da próxima semana vamos reiniciar o trabalho de coleta das assinaturas, para que possamos investigar esse grande escândalo dos fundos de pensão. Só no Postalis são mais de R$ 5 bilhões de prejuízo. Os funcionários dos Correios terão de descontar nos próximos 15 anos, em alguns casos, até 26% de seus salários. Isso é criminoso e não pode ficar impune, sem investigação” – afirmou Cássio.
O líder do PSDB Cássio Cunha Lima lamentou que cinco senadores do PSB tenham retirado suas assinaturas do pedido de criação da CPI, mas disse que vai pedir para que todos os senadores assinem novamente os próximos requerimentos.
Sinalização clara
Ele atribui a retirada das assinaturas à reaproximação do PSB com o governo. Cássio disse que há uma sinalização muito clara de que o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) faz gestões para levar o PSB de volta para o governo, na contramão do que foi pregado na campanha presidencial por Eduardo Campos e Marina Silva.
“Precisamos entender por que o PSB retirou as assinaturas da CPI dos Fundos de Pensão, assim como não assinou a da Petrobras nem a do BNDES. Temer não operaria milagre em 12 horas. O que há é um vazio deixado por Eduardo Campos e a volta de Marina para a Rede. Logo, o PSB deixa de ter um projeto nacional. O senador Fernando Bezerra Coelho tenta levar o partido de volta para os braços do governo. Mas isso não ficará longe dos olhos do povo brasileiro” — lamentou Cássio Cunha Lima.
O senador tucano completou: “Nós vamos insistir na coleta de assinaturas, não apenas para a CPI dos Fundos de Pensão, como também para a CPI do BNDES. Não é possível que escândalos dessa envergadura passem batidos e fiquem por isso mesmo” – disse.