Anistia Internacional divulga relatório sobre crimes do grupo extremista Boko Haram

(S. Alamba - AP Photo)
(S. Alamba – AP Photo)
Jogo bruto – A Anistia Internacional (AI) divulgou nesta terça-feira (14) um relatório sofre as atrocidades cometidas pelo grupo radical islâmico Boko Haram, acusado de sequestrar ao menos duas mil mulheres e meninas nos últimos quinze meses. A divulgação coincide com o primeiro ano do sequestro de 276 estudantes pelos radicais, no nordeste da Nigéria.

Na noite de 14 de abril de 2014, os insurgentes raptaram 276 estudantes num dormitório escolar no vilarejo de Chibok, no estado de Borno. Cerca de 50 delas conseguiram escapar, mas não há informações sobre o destino das demais.

As jovens sequestradas muitas vezes são estupradas, forçadas a se casar e a participar de ataques armados promovidos pelos extremistas, às vezes contra seus próprios vilarejos ou cidades, afirma o relatório divulgado pela organização, que se baseia em relatos de quase duzentas testemunhas.

Mulheres e meninas são levadas para os acampamentos dos extremistas ou casas em cidades e vilarejos, onde são doutrinadas com a versão do Islã defendida pelo grupo, como preparação para serem esposadas. Já os homens e meninos raptados são recrutados ou executados.

A AI documentou crimes de guerra e contra a humanidade cometidos pelo Boko Haram, incluindo a morte de 5 mil civis no nordeste da Nigéria nos últimos 15 meses.
O relatório afirma que o Boko Haram atacou ao menos trezentas cidades e localidades nesse mesmo período. Os alvos iniciais dos ataques são os militares e a polícia, de quem roubam armas e munição para depois utilizá-las contra a população.

Calcula-se que o Boko Haram já matou mais de 14 mil pessoas desde 2009, e que cerca de 1,5 milhão de pessoas tiveram que abandonar suas casas em razão dos conflitos no norte do país, entre elas 800 mil crianças.

O presidente eleito da Nigéria, Muhammadu Buhari, afirmou nesta terça-feira que não pode fazer promessas de que encontrará as meninas sequestradas há um ano. A declaração de Buhari, que assumirá o governo no dia 29 de maio, contrasta com as de seu antecessor, Goodluck Jonathan, que repetidamente afirmava que elas seriam encontradas.

Diversas marchas e manifestações estão marcadas para esta terça-feira para a capital da Nigéria, Abuja, e outras cidades do país. (Com agências internacionais)

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