Prisão de Vaccari desmonta discurso mentiroso do PT e coloca o partido na berlinda, diz líder do PPS

joao_vaccari_09Ventania política – Deputado federal pelo PPS do Paraná e líder do partido na Câmara, Rubens Bueno afirmou, nesta quarta-feira (15), que a prisão do tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, desmantela totalmente o discurso do Partido dos Trabalhadores de que todas as doações recebidas para campanhas eleitorais, especialmente da presidente Dilma Rousseff, foram legais e registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Na opinião do parlamentar, as investigações da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, podem também atingir administrativamente a legenda, já que existe a suspeita de recebimento de dinheiro de empresas estrangeiras.

“Caiu por terra o argumento que o PT continuava mantendo e que foi apresentado até a semana passada durante o depoimento de Vaccari na CPI da Petrobras. A prisão do tesoureiro desmantela essa versão. Representa o PT na cadeia. Prisão preventiva é assunto sério e sinaliza que solto ele poderia atrapalhar as investigações e apagar os rastros da roubalheira comandada pelo PT não só na Petrobras, mas em outros setores do governo”, afirmou Rubens Bueno.

Além de Vaccari Neto, também foi presa a sua cunhada Marice Correa de Lima, acusada de receber propina e fazer parte do esquema de desvios de recursos da Petrobras. Já a esposa do tesoureiro do PT, Giselda Rousie de Lima, foi levada coercitivamente à sede da Polícia Federal, em Curitiba, para prestar depoimento.

Registro do PT na berlinda

O líder do PPS lembrou ainda que a Polícia Federal e o Ministério Público Federal estão investigando o repasse de recursos de empresas estrangeiras para o PT. Empresas essas que prestavam serviços para a Petrobras e, de acordo com diversas delações e depoimentos de executivos, tinham de pagar propina ao PT e a partidos aliados.

A revelação do recebimento de recursos de empresas estrangeiras pelo PT foi feita pelo ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco Filho em depoimento à Justiça nos termos do acordo de delação premiada. Segundo ele, o Partido dos Trabalhadores recebeu entre 150 e 200 milhões de dólares em propinas de empresas como a holandesa SBM Offshore e a Keppel Fels, de Singapura.

E agora, na última semana, surge uma nova informação. Uma gravação apresentada às autoridades brasileiras pelo ex-diretor da SBM Offshore Jonathan Taylor sugere que a propina paga pela empresa holandesa para fazer negócios com a Petrobras pode ter atingido 5% em alguns casos.

A gravação, segundo o jornal Folha de S. Paulo, faz parte do pacote de documentos que Taylor entregou à Controladoria-Geral da União (CGU) durante a campanha eleitoral do ano passado e registra uma reunião ocorrida na sede da empresa holandesa em 2012.

A PF e o MPF estão próximos de desvendar com exatidão o rastro desse dinheiro. Se ficar realmente comprovado que esses recursos foram parar no caixa do PT, o partido pode deixar de existir.

Financiamento externo é proibido por lei

O financiamento externo é vedado pela Lei Orgânica dos Partidos Políticos e a penalidade pela inobservância da proibição é o cancelamento do registro civil e do estatuto do partido. O artigo 17 da Constituição também prevê a proibição do “recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes”.

“Atentem só para a irresponsabilidade do senhor Vaccari. Vejam o poder que o PT concedeu ao tesoureiro do partido. Um poder que, exercido de maneira atabalhoada, pode fazer com que o próprio PT deixe de existir. Parece que nada aprenderam com o caso do mensalão, com as estripulias de Delúbio Soares”, alertou o deputado Rubens Bueno.

Para o líder do PPS, não se trata, portanto, de piada de salão. “Creio que os militantes do PT precisam estar atentos. Não é justo que milhares de filiados, de pessoas que lutam por um ideal, sejam prejudicadas por uma cúpula, por uma dúzia de dirigentes que ‘fazem o diabo’, como admitiu a própria presidente Dilma, para se manter no poder”, reforçou.

Viagens da cunhada

Ao falar sobre a cunhada de Vaccari, o deputado Rubens Bueno disse que sua prisão já era esperada. “A senhora Marice esteve, em 2013, no Panamá. Por coincidência, ou não, no mesmo país o mensaleiro e ex-ministro petista José Dirceu montou uma filial da sua empresa, a JD Consultoria, que é investigada na operação Lava Jato. É também no Panamá a sede da empresa que é dona do hotel em Brasília que ofereceu emprego, com um salário de R$ 20 mil, para José Dirceu, que na época cumpria pena na penitenciária da Papuda. Esse caso ainda terá muitos desdobramentos. Isso me lembra a velha história de passar o chapéu e, no caso da cunhada de Vaccari, tudo indica que o chapéu é Panamá”, finalizou o líder do PPS.

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