Pano quente – Nesta segunda-feira (20), em seu primeiro dia de visita a Portugal, o vice-presidente Michel Temer disse que considera “impensável” o impeachment da presidente Dilma Rousseff, assim como a possibilidade de assumir o seu cargo.
Temer aproveitou o horário do almoço para fazer o discurso de encerramento da “Missão Empresarial Brasil-Portugal”, que reuniu empresários de vários setores de ambos os países para dar maior impulso ao comércio, ao investimento e à troca de serviços.
Logo após um encontro com o presidente de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, “onde se falou somente de política”, ele deu declarações aos jornalistas brasileiros sobre a possibilidade de impeachment. Para Temer, “quanto menos se falar nesse assunto, maior será a tranquilidade institucional que o país precisa nesse momento”.
Para o vice-presidente, as repetidas manifestações em várias cidades brasileiras são um pedido da população em busca de melhorias. Temer disse estar atento para atender ao pedido do povo.
Eduardo Cunha
Questionado sobre as suas relações com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Temer afirmou que são as melhores possíveis e que eles “são companheiros de ação”.
Após o almoço com os empresários, Michel Temer encontra-se com o primeiro-ministro português, Passos Coelho, para discutir métodos para um melhor comércio bilateral. Nesta segunda-feira ele ainda deve falar aos estudantes, na Universidade de Direito de Lisboa, sobre reforma política.
A delegação brasileira segue para a Espanha na terça-feira (21). Em Madri, estão agendadas audiências com o rei Felipe VI, com o primeiro-ministro Mariano Rajoy, além de encontros de negócios com investidores.
Lado B
Michel Temer não chegou à vice-presidência da República por conta de suposta inocência. Aliás, Temer nada tem de inocente. Há dias, em conversa com um dos mais brilhantes e históricos políticos brasileiros, o UCHO.INFO ouviu do interlocutor, amigo de longa data de Michel Temer, que a presidente Dilma está em um beco sem saída.
Disse o nosso conviva que é difícil no momento definir um diagnóstico para a crise, ressaltando que confiar em Michel Temer seria o maior erro cometido por Dilma, a quem classificou de vergonhosamente incompetente.
O político afirmou também que se for para Temer assumir, o melhor é que Dilma Rousseff continue no cargo, mesmo que sangrando politicamente até o último dia do mandato. (Do UCHO.INFO com informações de Adriana Niemeyer, da RFI)
