Há 30 anos morriam Tancredo de Almeida Neves e a esperança brasileira de um País melhor

tancredo_neves_01Voltando no tempo – Há um pouco mais de 30 anos, em 15 de janeiro de 1985, foi eleito presidente do Brasil pelo voto indireto do colégio eleitoral com a maioria dos votos, Tancredo de Almeida Neves, que passou a ser a esperança de todos os brasileiros.

Para vencer a disputa, o PMDB de Tancredo, Ulysses Guimarães e tantas outras personalidades que lutaram contra o regime militar teve de se unir à chamada Frente Liberal, formada por dissidentes do PDS, partido de sustentação do governo militar.

No inicio de 1985, o então deputado federal Ulysses Guimarães entregou ao futuro presidente o programa do partido, intitulado “Nova República”. O programa previa eleições diretas em todos os níveis, educação gratuita, congelamento de preços da cesta básica e dos transportes, entre outros.

Enquanto o povo foi às ruas lutar pelas eleições diretas, Tancredo firmava com os brasileiros o compromisso de virar a página da história do Brasil, colocando fim ao comando militar. Tancredo Neves conquistou toda a nação e deu ao país a expectativa de uma pátria livre. Com a convocação da Assembleia Nacional Constituinte, prometeu acabar com o chamado “entulho autoritário”.

Assim, com a esperança e ânimos exaltados, os brasileiros esperavam ansiosos a chegada do dia 15 de março de 1985, quando Tancredo Neves assumiria o destino do Brasil, pondo fim, finalmente, à era militar.

Mas o destino quis que, a doze horas de sua posse, o presidente eleito fosse submetido a uma cirurgia. O problema de saúde de Tancredo Neves foi comunicado e no dia 15 de março, em seu lugar, assumiu interinamente a Presidência da República o vice-presidente, José Sarney. Foram dias de orações de todos os brasileiros pela recuperação do presidente.

Na noite do dia 21 de abril acabaram as esperanças de tê-lo no comando do País: oficialmente foi anunciada sua morte. A alegria e a esperança deram lugar à tristeza e à desesperança. O corpo de Tancredo foi velado no Salão Nobre do Palácio do Planalto, após ato simbólico de subida da rampa, e seu sepultamento ocorreu em 24 de abril.

De acordo com Flávio Britto, professor da Universidade de Brasília e cientista político, Tancredo era a esperança e sua morte acabou com o sonho de milhões de brasileiros que aguardavam as mudanças prometidas em campanha. “Tancredo representava a efetiva esperança da redemocratização. Sua morte foi um momento de muita frustração e dor para o povo. A simbologia que ele passava era da verdadeira redemocratização. Todos acreditavam que o país iria entrar novamente nos trilhos”.

“Além de representar a esperança, Tancredo Neves tinha a aparência de uma pessoa muito próxima e simpática. Ele estava sempre sorridente, disposto a se aproximar das crianças. Era uma figura que passava confiança”, afirmou o professor.

“A notícia da morte dele foi muito impactante. Havia uma união de solidariedade pela recuperação do presidente eleito. Todos torciam pela recuperação dele. Tancredo Neves foi transformado em uma espécie de herói nacional”, finalizou Britto. (Por Danielle Cabral Távora)

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