ONU pressiona a União Europeia a tomar medidas em prol de refugiados

(Y Herman - Reuters)
(Y Herman – Reuters)
Fechando o cerco – A Organização das Nações Unidas apelou nesta quinta-feira (23) à União Europeia para que crie, com urgência, uma operação de resgate de imigrantes no mar e se comprometa a receber um número significativamente maior de refugiados. O pedido chega no dia em que líderes do bloco se encontram, em reunião de emergência em Bruxelas, para debater o tema.

“A resposta da União Europeia precisa ir além da abordagem minimalista atual, focada fundamentalmente em conter a chegada de migrantes e refugiados à sua costa”, diz um comunicado conjunto assinado por diferentes agências da ONU.

O comunicado leva a assinatura dos chefes das agências de Direitos Humanos e para Refugiados, Zeid Ra’ad Al Hussein e António Guterres, respectivamente; do representante especial das Nações Unidas para migração, Peter Sutherland; e de William Lacy Swing, chefe da Organização Mundial de Migração.

Foi divulgado nesta quinta-feira um estudo do governo italiano que prevê, caso medidas não sejam tomadas, que cerca de 5 mil imigrantes chegarão por semana à Itália pelo mar provenientes de portos do Norte da África nos próximos meses.

Os números, publicados pelo jornal “Il Messaggero” e confirmados por uma fonte do Ministério do Interior, apontam que 200 mil refugiados podem chegar à Itália até o fim do ano.

A chegada de migrantes normalmente aumenta nos meses de primavera e verão na Europa, devido a melhores condições meteorológicas no Mediterrâneo. A situação pode ser agravada devido ao caos político na Líbia, de onde parte a maioria dos refugiados.

Na reunião, um dos pontos que divide os líderes europeus é a necessidade de reforçar a solidariedade entre os Estados-membros para tramitar melhor o acolhimento de pessoas consideradas com direito a receber asilo. Atualmente, o processo se concentra em alguns poucos países, principalmente a Alemanha.

A ONU pediu à União Europeia que acolha 135 mil refugiados oriundos da Síria, por exemplo, mas até agora o bloco comunitário só ofereceu 36 mil vagas. (Com agências internacionais)

apoio_04