Petrolão: líder do PPS pede ao BNDES detalhamento de empréstimos à empresa Sete Brasil

dinheiro_112Dinheiro fácil – Preocupado com mais um rombo nas contas da Petrobras, de bancos públicos e dos fundos de pensão, o líder do PPS na Câmara, deputado federal Rubens Bueno (PR), protocolou, nesta quinta-feira, requerimento pedindo ao ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Armando Monteiro Neto, informações detalhadas sobre operações de crédito realizadas entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a empresa Sete Brasil Participações S.A., investigada pela operação Lava Jato num esquema de pagamento de propina.

A empresa, que faz parte do grupo Petrobras e é responsável pela construção de sondas de perfuração em águas profundas, passa por situação econômica delicada. Mesmo assim, vem recebendo sucessivos aportes do BNDES, a ponto do Ministério Público ingressar com representação junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) pedindo uma fiscalização sobre as operações de crédito.

Para ter acesso direto aos dados dos financiamentos, o líder do PPS pede ao BNDES que informe à Câmara dos Deputados os detalhes de todas as operações com a Sete Brasil. No requerimento, Rubens Bueno solicita, entre outros pontos, a relação das operações de crédito ou outro tipo de aporte de recursos do BNDES com a Sete Brasil contendo as seguintes informações: montante das operações; número do documento da contratação, data da contratação, natureza da operação, custo financeiro, juros, valor contratado por operação, prazo de carência, prazo total em meses e produto.

Também questiona se o BNDES está analisando pedido de nova operação de crédito ou outro tipo de aporte para a Sete Brasil e se a empresa enviou novo plano de negócios ou outro documento para subsidiar possível repasse futuro de recursos.

Deputado alerta para prejuízos

O líder do PPS diz que causa preocupação o fato de que os bancos públicos possam estar sendo utilizados politicamente para privilegiar determinadas empresas e grupos econômicos, em detrimento do interesse geral.

“Diante da gravidade da situação e do cuidado que devemos ter em zelar pela boa aplicação dos recursos públicos é que solicitamos essas informações e aconselhamos todo o cuidado possível na concessão de novos aportes financeiros para a Sete Brasil frente à grave crise que esta empresa enfrenta e à nova realidade econômica do setor petroleiro”, ressalta o deputado, que é autor do pedido de abertura da CPI do BNDES na Câmara.

A empresa

A Sete Brasil foi fundada em 2011 com objetivo de tornar viável a construção das sondas de perfuração em águas ultraprofundas no país. Sete empresas se tornaram investidores da empresa: os fundos de pensão Petros, Previ, Funcef e Valia, além dos bancos Santander, Bradesco e o BTG Pactual. Em seguida, a empresa juntou-se ao grupo Petrobras. Posteriormente, entraram como cotistas as empresas de investimento EIG Global Energy Partners, a Lakeshore e a Luce Venture Capital e o fundo FI-FGTS.

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