André Vargas pode seguir o exemplo do primo de Gleisi, Ricardo Hoffmann, e fazer delação

andre_vargas_10Efeito cascata – Novo furacão está prestes a devastar o Partido dos Trabalhadores, em especial o capítulo paranaense da legenda. Ex-deputado federal e outrora coordenador da campanha de Gleisi Hoffmann (PT), André Vargas Ilário deve seguir o exemplo do primo da senadora, o publicitário Ricardo Hoffmann, e aderir ao instituto da delação premiada.

Preso na décima primeira etapa da Operação Lava-Jato sob a acusação de comandar um esquema de fraude em órgãos federais, André Vargas foi coordenador das campanhas de Gleisi e atuava em conjunto com o primo da senadora para controlar as verbas da Caixa Econômica Federal e do Ministério da Saúde.

“Se o ex-deputado contar o que sabe provocar um estrago tão grande quanto provocou a delação de Alberto Youssef, de quem, aliás, ele era associado”, prevê um petista do Paraná preocupado com os sinais de que Vargas se prepara para fazer a delação. Os sinais são eloquentes. Vargas contratou os serviços da advogada Nicole Trauczynski, que defendeu o doleiro Enivaldo Quadrado, também preso na Operação Lava-Jato, e conseguiu que fosse solto a partir de acordo de delação premiada.

Para os investigadores, uma colaboração de Vargas pode evitar que ele seja o único culpado no esquema de desvios de dinheiro da Petrobras ou de lavagem por meio do doleiro Alberto Youssef. Por outro lado, isso poderia envolver mais gente ligada ao PT e ao governo de Dilma Rousseff. O volume de informações que o ex-deputado detém é enorme. Foi ele quem financiou, por exemplo, as campanhas de todos os deputados do PT eleitos no Paraná. Se o ex-vice-presidente da Câmara resolver abrir a caixa-preta, o estrago será devastador.

A situação do PT no âmbito dos escândalos de corrupção não é das mais confortáveis. Além de Vargas, quem causa preocupação à cúpula petista é o ex-tesoureiro da legenda, João Vaccari Neto, acusado de ter participado do Petrolão como operador do partido. Vaccari tem sido acusado por diversos delatores da Lava-Jato, o que vem complicando sobremaneira sua defesa. Dias após sua prisão, o ex-tesoureiro mandou recados aos “companheiros”, que passaram a não dormir por causa dos possíveis desdobramentos. Por enquanto Vaccari não deu qualquer sinal de que poderá aderir à delação premiada, mas essa hipótese não pode ser descartada.

Efeito Pizzolato

Como se fosse pouco o furacão em que se transformou a Operação Lava-Jato, o PT rompeu esta sexta-feira (24) com a notícia de que Justiça italiana decidiu pela deportação de Henrique Pizzolato, ex-diretor de Marketing do banco do Brasil, condenado à prisão pelo Supremo Tribunal Federal na Ação Penal 470 (Mensalão do PT).

Condenado a 12 anos e 7 meses de prisão por corrupção, peculato e lavagem de dinheiro, Pizzolato está preso desde fevereiro deste ano na penitenciária de Sant’Anna, em Modena, no norte da Itália. Sua extradição poderá acontecer nos próximos dias, dependendo apenas da chegada de uma equipe da Polícia Federal que acompanhará a viagem de volta do mensaleiro ao Brasil.

Considerando que Henrique Pizzolato semanas antes da sentença condenatória, pois não suportaria tanto tempo atrás das grades, sua extradição, que significa alguns anos na prisão, poderá não apenas ressuscitar o Mensalão do PT, mas reforçar a dose de pânico que se instalou no núcleo duro do Partido dos Trabalhadores.

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