Dinheiro na mesa – O Grupo Zaffari deu mais um passo em seu plano de expansão. No início de abril, a empresa gaúcha, dona da quinta maior rede de supermercados do País, arrematou o estádio Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas (SP), por R$ 105 milhões. O empreendimento pertencia ao Guarani Futebol Clube, time da série C do Campeonato Brasileiro imerso em problemas financeiros, com 300 processos trabalhistas que somam R$ 70 milhões.
Porém, o que era para ser mais uma transação discreta do Zaffari, acabou inflamando a diretoria e os torcedores do clube, e colocou o grupo sob holofotes, situação que o grupo considera desconfortável. Os gaúchos preferem manter uma postura reservada: não dão entrevistas, não aparecem em colunas sociais e nem gostam de detalhar seus planos.
No entanto a diretoria do Guarani fez alarde por considerar o lance muito inferior ao valor de mercado do estádio, avaliado em R$ 400 milhões. Entrou com recurso pedindo o cancelamento do leilão e tentou articular nova proposta com a Magnum, fabricante de relógios e parceiro de longa data do time. Porém, a proposta foi recusada pela Justiça.
Apesar da pressão, grupo gaúcho não voltou atrás. Na quinta-feira passada (23), o advogado da família Zaffari, Dárcio Vieira Marques, afirmou, em uma reunião conciliatória, que o grupo está disposto a construir um novo estádio em troca “da paz”. “Queremos entrar em Campinas em harmonia. Respeitamos a história do Guarani e pretendemos colaborar, ajudando o clube, inclusive, a construir um novo estádio”, revelou.
O advogado do grupo Zaffari destacou que a promessa só será cumprida caso o novo estádio seja construído em outro lugar, não na área de 82 mil quadrados arrematada no leilão. (Por Danielle Cabral Távora)
