Nepal: números atualizados apontam mais de 3,8 mil mortos na tragédia

(N. Chitrakar - Reuters)
(N. Chitrakar – Reuters)
Abalos no Himalaia – Dados oficiais divulgados nesta segunda-feira (27) revelam que o número de mortos pelo terremoto de 7.8 graus que devastou o Nepal, no último sábado (25), chegou a mais de 3,8 mil, além de mais de sete mil pessoas feridas. A expectativa do governo nepalês é de que o número suba ainda mais à medida que as equipes de resgate cheguem às áreas mais remotas. Nesses dados não estão contabilizadas as vítimas das avalanches, que são acompanhadas por associações de montanhismo. No Monte Everest, por exemplo, já estão confirmadas mais de vinte mortes.

Também foram atingidas as regiões da Índia e da China que fazem fronteira com o Nepal. Estima-se que mais de sessenta indianos morreram, enquanto na China outras vinte pessoas perderam suas vidas. Bangladesh também sofreu com o tremor, porém ainda não há estimativa de vítimas.

O abalo sísmico no Nepal é o mais devastador do país asiático em cerca de oitenta anos. Grande parte do território nepalês está no escuro e os sistemas de comunicação funcionam de forma intermitente. Nos centros de tratamento e tendas improvisadas faltam médicos, mantimentos, remédios e água.

Governos e agências humanitárias de diversos países têm enviado ajuda. A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou nesta segunda-feira (27) a estimativa de que 6 milhões de pessoas vivem ou viviam em áreas atingidas pelo tremor. A ONU também enviará ajuda humanitária e suprimentos.

As autoridades que coordenam as tarefas de socorro no Nepal se reuniram para tentar reabrir os mercados e distribuir pacotes de ajuda aos desabrigados pelo terremoto. O objetivo é facilitar a distribuição de produtos à população em geral. Milhares de pessoas se amontoam em espaços abertos de Katmandu em tendas improvisadas, com a incerteza sobre o que acontecerá daqui por diante e o sentimento de abandono.

De acordo com o escalador romeno Alex Gavan, no segundo dia após o terremoto, que causou avalanches no Everest, as equipes de resgate continuam retirando de helicópteros os montanhistas presos na montanha mais alta do planeta. No domingo (26), Gavan escreveu no Twitter que ainda restavam “mais de cem” pessoas no acampamento e que havia “uma grande incerteza” em relação às pessoas que permaneciam no local. As autoridades nepalesas confirmaram que pelo menos 22 escaladores morreram no Monte Everest e 51 ficaram feridos, 41 deles em estado grave. Além disso, 217 pessoas permanecem desaparecidas e um número indeterminado de pessoas presas na montanha que tem 8.848 metros de altura.

Terremoto

No último sábado (25), um forte terremoto atingiu o Nepal e o norte da Índia deixando milhares de mortos. O tremor ainda derrubou uma histórica torre do século 19 na capital Katmandu e gerou uma impressionante avalanche de neve no Monte Everest.

De acordo com informações, a devastação nas áreas montanhosas isoladas após o terremoto de magnitude 7,8, foi a pior em 81 anos. O epicentro foi a 80 km de Pokhara, a segunda maior cidade do Nepal. Ainda segundo as informações, o colapso nas comunicações dificultava os esforços de ajuda, levantando temores de desastre humanitário no pobre país do Himalaia com 28 milhões de habitantes.

Segundo estimativas, 300 mil turistas estrangeiros estão no Nepal para a temporada de alpinismo. O Nepal, localizado entre Índia e China, já registrou uma série de desastres naturais. O pior terremoto de sua história ocorreu em 1934 e matou mais de 8,5 mil pessoas.

Em Katmandu, a histórica torre Dharara, construída em 1832 para a rainha do Nepal, desabou logo depois do meio-dia local. Um policial alertou que mais de 200 pessoas ficaram presas na estrutura. A torre, que tinha mais de 60 metros de altura e estava aberta a visitantes nos últimos dez anos, contava com um terraço para apreciar a vista da cidade. Muitos corpos foram encontrados nas ruínas da construção.

Katmandu possui diversos templos hindus. Fotografias publicadas na Internet, após o desastre, mostravam edifícios reduzidos a poeira, com grandes rachaduras nas rodovias e moradores sentados nas ruas segurando crianças de colo. (Por Danielle Cabral Távora)

(Narendra Shrestha - EFE)
(Narendra Shrestha – EFE)

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