Tiro no pé – Dilma Vana Rousseff, a petista que “aos trancos e barrancos” tenta presidir o Brasil, foi prudente ao desistir do costumeiro pronunciamento presidencial no Dia do Trabalho, comemorado em todo o planeta em 1º de maio. Ministro de Estado e responsável pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência, o “companheiro” Edinho Silva anunciou que a data será alvo de manifestações da presidente Dilma apenas nas redes sociais, não mais em cadeia de rádio e televisão.
Mostrando-se acovardada diante dos inúmeros escândalos que chacoalham o governo e temendo um ruidoso “panelaço” em todo o País durante eventual pronunciamento, Dilma, que já não é tão ousada quanto nos tempos de luta armada, desistiu de dirigir a palavra aos trabalhadores brasileiros. Até porque, a petista não tem o que dizer àqueles que sustentam a incompetência e a corrupção que marcam o governo do PT.
Pesou na decisão de Dilma os mais recentes dados sobre o desemprego, divulgados nesta terça-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o órgão, o desemprego aumentou para 6,2% no terceiro mês do ano. O índice é o mesmo registrado em março de 2012 e o maior desde maio de 2011, quando chegou a 6,4%. No mês anterior, fevereiro, o indicador havia chegado a 5,9%. Na ocasião, a taxa foi considerada a maior para o mês desde 2011.
“A gente vê de janeiro até março uma tendência de elevação da taxa de desocupação. A gente vê que é a tendência de início de ano para todos os anos. Esse primeiro trimestre sempre tem essa tendência”, analisou Maria Lúcia Vieira, gerente da Pnad do IBGE.
O contingente de desempregados alcançou a marca de 1,5 milhão de pessoas, cenário estável em relação ao mês anterior. Na comparação com 2014, houve aumento de 23,1% na massa de desocupados, enquanto a população ocupada foi estimada em 22,8 milhões de pessoas. No âmbito dos trabalhadores com carteira de trabalho assinada no setor privado, o número ficou estável em 11,5 milhões.
“A população desocupada, embora crescendo, está crescendo num ritmo menor. E a população ocupada, embora diminuindo cada vez mais, a gente espera que esses indicadores obedeçam a tendência, que começa a apresentar queda de desocupação a partir do mês de abril.”
Como se não bastasse o preocupante volume de desempregados, o rendimento médio dos trabalhadores chegou a R$ 2.134,60, valor 2,8% menor do que o registrado em fevereiro (R$ 2.196,76). O recuo no valor médio do salário é o maior desde janeiro de 2003, quando o indicador recuou 4,3%.
Na comparação com o mesmo período de 2014, a retração do salário médio do brasileiro foi de 3%, a maior desde fevereiro de 2004.
“Não é só inflação, tem queda no rendimento nominal também. As pessoas estão recebendo menor rendimento de trabalho. Os trabalhadores estão recebendo menos”, destacou a executiva do IBGE.
Em dezembro de 2008, o então presidente Luiz Inácio da Silva foi duramente criticado pelo UCHO.INFO por decidir empurrar os brasileiros incautos na vala do consumismo, como forma de enfrentar os efeitos colaterais da crise internacional. Os jornalistas deste site afirmaram à época que a decisão de Lula era equivocada, sendo que os resultados da medida surgiram no médio prazo.
Não foi preciso muito tempo para perceber a trapalhada palaciana, pois o endividamento recorde e a inadimplência em níveis assustadores surgiram em questão de meses. A estratégia do governo era movimentar a economia à sombra do crédito fácil, quando na verdade isso só é possível com a geração de riqueza por parte de cada cidadão.
O que Lula fez foi emprestar à população desavisada a falsa sensação de poder de compra, mas agora o governo de sua sucessora luta para dificultar cada vez mais o acesso ao crédito. No vácuo do estrago, o Palácio do Planalto enfrenta as consequências de uma decisão míope e populista, cujo antídoto único é o desemprego.
Quando o UCHO.INFO afirmou, no segundo semestre de 2014, que o desemprego seria a única arma eficaz para conter a inflação persistente, os palacianos de novo nos dedicaram acusações levianas. O tempo passou e a prova está nos números do IBGE. Não se trata de bola de cristal ou profecia do apocalipse, mas de analisar o Brasil a partir do prisma da lógica e do bom senso. Enfim…