Brasileiro e outros sete condenados por tráfico são fuzilados na Indonésia

(STR - AFP - Getty Images)
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Sem perdão – O paranaense Rodrigo Gularte, de 42 anos, juntamente com outros sete condenados à morte por tráfico de drogas, foi executado na Indonésia por um pelotão de fuzilamento na madrugada desta quarta-feira (29) – horário local, tarde de terça-feira (28) no horário de Brasília, de acordo com uma emissora de TV do país asiático. A informação foi confirmada à rede britânica BBC pelo advogado do brasileiro.

A emissora 9News, da Austrália, confirmou a execução dos outros sete, entre eles dois australianos. A única mulher condenada do grupo, a filipina Mary Jane Veloso, não foi executada porque a pessoa que recrutou-a para o transporte de drogas até Jakarta se entregou às autoridades indonésias.

Gularte foi preso em julho de 2004 após de tentar entrar na Indonésia com 6 quilos de cocaína escondidos em pranchas de surfe. Ele foi condenado à morte em 2005 e desde então aguardava a execução da sentença em prisões do país, período em que teria externado sinais de esquizofrenia.

Rodrigo Gularte é o segundo brasileiro executado no país em 2015. Em janeiro, Marco Archer Cardoso Moreira, também condenado por narcotráfico, foi fuzilado.

O paranaense foi diagnosticado com esquizofrenia em 2014, de acordo com dois relatórios médicos, os quais foram usados pelos advogados para suspender a execução, mas a Justiça indonésia manteve a decisão tomada pelo presidente Joko Widodo. Em março, uma equipe médica reavaliou o brasileiro a pedido da Procuradoria-Geral da Indonésia, mas o resultado do exame laudo não foi divulgado.

Segundo relato de familiares e conhecidos, Rodrigo Gularte passava a maior parte do tempo conversando com paredes da cela e ouvindo vozes. Ele se recusava a tirar um boné, usado com a aba virada para trás, sob a alegação de ser sua proteção. ]

Angelita Muxfeldt, prima de Gularte, passou os últimos meses na Indonésia tentando reverter a pena capital. Ela esteve com o paranaense pela última vez na tarde de terça-feira (horário local), horas antes da sessão de fuzilamento.

Mesmo depois de informado pelas autoridades indonésias, no último sábado (25), sobre a execução, Gularte continuou acreditando que seria libertado por conta do fim da pena de morte no país. O que confirma seu estado de esquizofrenia.

Além do brasileiro, sete outros suspeitos tiverem seus respectivos pedidos de clemência rejeitados e foram executados no rastro de condenação por tráfico de entorpecentes. São eles: os australianos Myuran Sukumaran e Andrew Chan, os nigerianos Martin Anderson, Okwudili Oyatanze, Sylvester Obiekwe Nwolise e Jamiu Owolabi Abashin e o indonésio Zainal Abidin. Como mencionado nesta matéria, a filipina Mary Jane Veloso foi poupada.

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