Alta da Selic deve aprofundar a recessão e reduzir o nível de emprego, afirma Mendonça Filho

inflacao_30Sem fronteiras – A decisão do Banco Central (BC) de elevar em meio ponto porcentual a taxa básica de juro, a Selic, deve aprofundar a crise econômica brasileira, dando impulso à recessão em se encontra o País e reduzindo ainda mais o nível de emprego. Esta é a opinião do líder do Democratas na Câmara dos Deputados, Mendonça Filho (PE), que faz oposição cerrada ao governo petista de Dilma Rousseff.

“Numa situação normal, o Banco Central deveria estar reduzindo a taxa de juros para contribuir com a retomada do crescimento econômico e da geração de novos postos de trabalho”, afirma.

No começo da noite de quarta-feira (29), o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevou a taxa Selic para 13,25% ao ano, quinto aumento consecutivo desde a reeleição da presidente Dilma Rousseff, em outubro passado. Mendonça Filho lembra que a primeira alta ocorreu menos de uma semana após o final da campanha, contrariando discurso da então candidata. “Foi só o primeiro capítulo da novela do estelionato da campanha, quando a candidata prometeu muito, mas tem entregado pouco”, afirmou.

O parlamentar pernambucano destaca que os sucessivos aumentos da Selic se dão num momento de recessão econômica e de aumento do desemprego, com a economia brasileira caminhando para queda em torno de 1,10% em 2015.

O líder do Democratas lembra que, após o aumento de meio ponto percentual, a taxa real de juro no Brasil, já considerada a expectativa de inflação para os próximos doze meses que consta do Boletim Focus, salta para 6,8% ao ano.

“É a maior taxa real de juros do mundo!”, afirma o deputado Mendonça Filho, citando a diferença entre a taxa aplicada no Brasil e nos outros países. China e Índia têm taxas que agora são menos da metade da brasileira, em torno de 3% ao ano. Os Estados Unidos têm taxa real zero.

Na zona do Euro, a taxa real é negativa, assim como no Canadá. Mesmo a Rússia, que chegou a liderar o ranking ao final de 2014, agora está com taxa real bem baixa, tendo em vista o forte aumento na expectativa de inflação.

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