Alemanha prende líderes de organização neonazista que planejavam atentados

neonazista_03Caçada inteligente – A Procuradoria-Geral da Alemanha confirmou, nesta quarta-feira (6), a prisão de quatro membros – três homens e uma mulher – de uma célula terrorista neonazista no país. A confirmação se deu após a informação sobre as detenções ter sido divulgada pela revista “Der Spiegel” em seu site. Os presos são apontados como líderes de uma organização neonazista autodenominada ‘Old School Society’ (OSS), que planejava atentados contra mesquitas e casas de refugiados que vivem na Alemanha.

Cerca de 250 agentes participaram da operação sob o comando do Escritório Federal Criminal, com batidas em cinco estados do país europeu. De acordo com a Procuradoria-Geral alemã, as prisões dos quatro suspeitos foram realizadas por unidade especial.

De acordo com as investigações, a OSS foi criada em novembro de 2014 com uma estrutura claramente hierárquica. Um dos presos, identificado como Andreas H., de 55 anos, nascido na Baviera, era considerado como o ‘presidente’ do grupo. Outro dos detidos, Markus W., de 29 anos, era o ‘vice-presidente’. Denise Vanesa G., de 22, e Olaf O., de 47, também faziam parte da cúpula da célula.

Graças às informações do Escritório Federal para a Proteção da Constituição, o serviço de inteligência alemão, as autoridades ficaram sabendo da existência da OSS. Na operação, as casas dos quatro detidos e de outros cinco suspeitas foram revistadas pelos agentes de segurança. O grupo teria tentado conseguir explosivos para realizar atentados e criou até um lema, escrito em runas germânicas: “uma bala não é suficiente”.

A extrema-direita realizou pelo menos 175 ataques contra centros de refugiados na Alemanha em 2014, três vezes mais que no ano anterior. “Os números de 2014 pedem uma reflexão: mais delitos e um novo recorde absoluto de violência. Aumentaram os casos de xenofobia, antissemitismo e motivação racista. Igrejas, sinagogas e mesquitas são atacadas. Cada vez mais são alvos os centros de asilados e refugiados” informou nesta quarta o ministro do Interior, Thomas de Maizière. (Por Danielle Cabral Távora)

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