Com popularidade em baixa, presidente do Chile pede a renúncia de ministros

michelle_bachelet_04Paredão político – Na quarta-feira (7), a presidente do Chile, Michelle Bachelet, anunciou que pediu a renúncia de todos os ministros de seu governo e que, nas próximas 72 horas, fará mudanças no gabinete. “Há algumas horas pedi a renúncia de todos os ministros e terei 72 horas para decidir sobre quem fica e quem sai”, afirmou Bachelet em entrevista. A presidente ainda afirmou que as mudanças se devem a “múltiplos elementos” e que espera que a medida fortaleça o Executivo para promover reformas no país sul-americano.

A popularidade de Bachelet e de seu governo estão em processo de descenso desde o início deste ano, após o surgimento de casos de corrupção. Uma das polêmicas afetou diretamente a presidente, cujo filho, Sebastián Davalos, está sendo investigado por um negócio imobiliário milionário que realizou junto com a esposa, Natalia Compagñon.

Sobre esse episódio, Bachelet admitiu que seu filho foi “imprudente” ao participar de reunião em novembro de 2013 com o empresário Andrónico Luksic, vice-presidente do Banco do Chile, para fechar a concessão de um empréstimo milionário para a empresa de Natalia, na qual Dávalos também trabalhava.

Tanto os partidos governistas quanto a oposição esperavam pela reforma do gabinete, porém Michelle Bachelet disse que não a anunciou antes porque o governo estava focado em responder aos desastres naturais que afetaram diferentes partes do país.

“Não o fiz antes porque estamos passando por situações muito difíceis há dois meses”, declarou a governante chilena, ao se referir às inundações no Norte do país e às erupções dos vulcões Villarrica e Calbuco, no Sul.

Com essas mudanças, Bachelet espera dar novo impulso para elevar a popularidade de seu governo, que atingiu mínimos históricos, 14 meses após o início de seu segundo mandato.

De acordo com pesquisa divulgada pela empresa de consultoria privada Adimark, a aprovação a Michelle Bachelet se manteve na casa de 31% em abril, enquanto o índice de rejeição subiu para 64%, três pontos a mais que no mês anterior. (Por Danielle Cabral Távora)

apoio_04