Desemprego sobe para 6,4%, maior nível desde março de 2011; rendimento continua caindo

desemprego_05Luz vermelha – De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego ficou em 6,4% em abril, ante 6,2% em março. É o maior nível desde março de 2011, quando o desemprego atingiu 6,5%. Por outro lado, o rendimento médio real, já descontados os efeitos da inflação, somou R$ 2.138,50, representando um recuo de 0,5% em abril ante março e de 2,9% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Foi o terceiro recuo consecutivo nas duas comparações.

Se forem considerados somente os meses de abril, a taxa de desemprego observada este ano é a maior desde 2010, quando ficou em 7,3%, e igual à de 2011 (6,4%). O resultado de abril, no entanto, ficou dentro do intervalo das estimativas dos analistas que esperavam taxa entre 6% e 6,6%, e acima da mediana projetada, de 6,30%.

Segundo o IBGE, a massa de renda real habitual dos ocupados no País somou R$ 49,3 bilhões em abril, queda de 0,5% em relação a março. Na comparação com abril de 2014, o montante diminuiu 3,8%. Já a massa de renda real efetiva dos ocupados totalizou R$ 49,7 bilhões em março de 2015, também uma queda (-1,5%) contra o mês de fevereiro. Em relação a março do ano passado, houve redução de 3,9% na massa de renda efetiva.

Adriana Beringuy, técnica da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE, afirma que o que está por trás da alta do desemprego é a tendência de queda da população ocupada. Sem encontrar trabalho, essas pessoas têm engrossado a chamada população desocupada, formada por pessoas que estão na fila por um emprego.

“O aumento da taxa veio justamente do crescimento da população desocupada. Associada a isso há uma tendência de redução da população ocupada, além do menor crescimento dos inativos”, revelou a técnica do IBGE.

Vale ressaltar que a população desocupada aumentou em 384 mil pessoas em base anual, alta de 32,7% em relação a abril de 2014, sendo o maior avanço neste tipo de comparação em toda a série da Pesquisa Mensal de Emprego, iniciada em março de 2002. Já a população ocupada diminuiu 0,7%, o que representa um corte de 171 mil vagas. A população inativa, por sua vez, cresceu apenas 0,4%, ou seja, 70 mil pessoas.

Adriana ressaltou que antes a população não economicamente ativa crescia em ritmo mais rápido devido ao desinteresse de jovens e mais idosos por trabalhar, possivelmente respaldados pelo crescimento do rendimento da família. “Agora, existe tendência de redução do rendimento, e o avanço dos inativos é menor. Podem ser fatores ligados entre si. É uma hipótese”, afirmou.

A técnica ainda disse que há dois movimentos que “abastecem” a maior procura por emprego e pressionam o mercado de trabalho. “A população desocupada é abastecida tanto por pessoas que perdem trabalho quanto por pessoas que antes não estavam procurando e agora passam a procurar”, finalizou. (Por Danielle Cabral Távora)

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