Fanfarrão, Lula diz “estão querendo me balear”, após imprensa revelar seu plano para voltar ao poder

lula_372Arrumando a casa – Um dia após o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmar em programa do PSDB que “nunca antes na história deste País se roubou tanto em nome de uma causa”, o também ex-presidente Luiz Inácio da Silva rebateu a acusação desafiando o tucano a contar a história da aprovação da emenda constitucional que permitiu sua reeleição.

O petista revelou ainda estar assustado com os ataques que vem sofrendo nas últimas semanas. Segundo Lula, o motivo é o medo dos adversários de enfrentá-lo novamente nas eleições de 2018. “Eu estou assustado. Gente do céu! Agora eles já não querem mais atacar a Dilma. Agora eles já estão pensando é que tem que balear o Lula pensando que o Lula vai voltar em 2018. Eu nem sei se vou estar vivo”, afirmou o ex-metalúrgico na quarta-feira (20).

A volta

Apesar de ter afirmado por várias vezes que não pensa em concorrer à presidência novamente, de acordo com a Folha de S. Paulo, o ex-presidente Lula montou um conselho – formado por políticos, sindicalistas e empresários – para estruturar possível candidatura em 2018.

De acordo com o jornal, a equipe, chamada de “grupo para o futuro”, foi montada em 2014 e tem se reunido semanalmente no Instituto Lula. Fazem parte do grupo assessores da entidade, os prefeitos Fernando Haddad (São Paulo) e Luiz Marinho (São Bernardo), os secretários municipais Alexandre Padilha (Relações Governamentais) e Arthur Henrique (Trabalho), o empresário Josué Gomes, presidente do grupo Coteminas, o ex-ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) e o presidente do sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques.

Também participam de algumas reuniões o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e Luciano Coutinho.

Conversa fiada

Que Lula planeja retornar ao Palácio do Planalto todos sabem, não é de hoje, mas é preciso destacar que o ex-presidente incensou a então candidata Dilma Rousseff para um mandato-tampão, em 2010, o que, se cumprido o combinado, lhe permitiria concorrer à Presidência da República no ano passado.

Contrariando as expectativas do próprio Lula, a presidente tomou gosto pelo poder e partiu para a reeleição, apesar de todos os estragos do seu primeiro mandato. O acordo entre Lula e Dilma foi quebrado, o que levou o ex-presidente a embarcar na campanha de sua pupila com considerável atraso.

Quem acompanha os bastidores do poder, em Brasília, sabe que Lula vinha trabalhando para participar da corrida presidencial de 2014, mas acabou surpreendido pela traição de Dilma. (Danielle Cabral Távora com Ucho Haddad)

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