Eleições marcam avanço esquerdista na Espanha e recuo do partido de Rajoy

pablo_iglesias_01Surpresa nas urnas – Guinada à esquerda na Espanha. O conservador Partido Popular (PP), do primeiro-ministro Mariano Rajoy, sofreu grandes perdas nas eleições municipais e regionais, realizadas no domingo (24).

A nova força esquerdista “Podemos” conseguiu êxitos surpreendentes nas metrópoles Madri e Barcelona. As candidatas das alianças locais, Manuela Carmena e Ada Colau, poderão se eleger prefeitas, respectivamente, da capital espanhola e da metrópole catalã. De acordo com os resultados divulgados nesta segunda-feira (25), ambas precisarão, no entanto, do apoio de outros partidos.

Embora o PP de Rajoy tenha conseguido se impor como a principal força política da Espanha, com 27% dos votos, ele está 10,5 pontos percentuais atrás do resultado de 2011. Principalmente a perda da maioria absoluta nas prefeituras de Madri e Valência, dominadas há décadas pelos conservadores, é um duro golpe para o partido do premiê. O PP se vê agora forçado a pactos eleitorais se quiser manter as prefeituras.

Com 25% dos votos, o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) continuou a principal força na ala esquerdista, mas recebeu 2,8 pontos percentuais a menos que na eleição há quatro anos. O PSOE ganhou votos principalmente nas regiões Astúrias e Extremadura.

O pleito deste domingo é considerado um importante teste para as eleições parlamentares no segundo semestre. Em entrevista à radio Cadena Ser, Pablo Iglesias, líder do movimento “Podemos”, falou do início “de uma mudança política”. Fundado há apenas um ano, a legenda de Iglesias se opõe à política de austeridade econômica de Rajoy e se vê como partido irmão da aliança esquerdista grega Syriza.

Por sua vez, o secretário-geral do PSOE, Pedro Sánchez, afirmou no domingo que as eleições municipais e regionais espanholas deixaram claro que “começou o princípio do fim de Mariano Rajoy” como chefe de governo.

O PP perdeu todas as maiorias que dispunha nas 13 regiões autônomas da Espanha, inclusive no reduto Castela e Leão, estando também dependente da aliança com partidos de esquerda para a formação de governo. (Com agências internacionais)

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