Dilma insiste em pedalar na capital dos brasileiros enquanto a economia nacional rola ladeira abaixo

(André Dusek - Estadão)
(André Dusek – Estadão)
Vida mansa – Enquanto Dilma Rousseff, escoltada por seguranças, insiste em suas pedaladas no entorno do Palácio da Alvorada como forma de desviar a atenção da opinião pública, cada vez mais indignada com a crise econômica que chacoalha o País há meses.

Alvo de uma crise político-institucional sem precedentes nos últimos anos e que remete à difícil situação enfrentada por Fernando Collor de Mello, a petista Dilma tenta minimizar os efeitos do Petrolão, o maior escândalo de corrupção da história, passeando de bicicleta nas vias próximas à residência oficial da Presidência, como esse tipo de expediente conseguisse esconder a realidade.

Se por enquanto Dilma não conseguiria pedalar no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, ou na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, por exemplo, por causa do fiasco em que se transformou o seu governo, quando os efeitos da nova política econômica forem sentidos pela população, a petista não conseguirá nem mesmo colocar a cabeça para fora do Palácio da Alvorada.

O que se tem ouvido nos últimos dias é que a crise econômica há de piorar nos próximos meses, antes de entrar no caminho da retomada do crescimento, mas o cenário de agruras não deve acabar tão cedo. Na melhor das hipóteses a economia retomará os trilhos do desenvolvimento no final do governo de Dilma Rousseff, que chegará ao seu ponto final em 31 de dezembro de 2018.

O plano de ajuste fiscal defendido pelo governo e aprovado no Congresso Nacional é a antessala de uma crise continuada, uma vez que as medidas apresentadas pela equipe econômica são como quebra-cabeças com peças trocadas. Ou seja, padece da falta de encaixe.

Por mais que os palacianos nos acusem de torcer contra o Brasil e de sermos adeptos da teoria do “quanto pior, melhor”, o que não é verdade, aumentar impostos e reduzir investimentos é uma solução suicida, principalmente no momento em que a economia desaquece mês após mês.

A situação piora quando o Banco Central, que assumiu o compromisso de até o final de 2016 levar a inflação oficial para o centro da meta (4,5%), sinaliza com a possibilidade de continuar elevando a taxa básica de juro, a Selic, estratégia míope para atacar o mais temido fantasma da economia. À medida que o BC eleva a Selic, a dívida pública brasileira aumenta na mesma proporção. O que é ruim para a população, que cada vez mais fica sem a contrapartida de uma carga tributária criminosa.

Com isso, o desemprego aumenta, a indústria produz cada vez menos, o comércio anda de lado, a arrecadação de impostos cai, a Previdência social vê o rombo do caixa aumentar. Mesmo assim, Dilma prefere andar de bicicleta para aumentar sua popularidade – os palacianos dizem que essa incursão a presidente mais humana – enquanto os “golden boys” da economia verde-loura fazem suas trapalhadas.

O UCHO.INFO não é contra o ajuste fiscal, necessário porque Dilma e Guido Mantega promoveram uma enorme lambança ao longo de quatro anos, mas não se pode sacrificar a população por causa de um governo incompetente, perdulário, paralisado e corrupto.

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