Grécia: Alexis Tsipras quer aguardar até credores se tornarem “realistas”

alexis_tsipras_02Calote à vista – O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, afirmou nesta segunda-feira (15) que o governo em Atenas está pronto para “esperar pacientemente” até que os credores se tornem “realistas” nas suas exigências de reformas em troca da liberação da última parcela, de 7,2 bilhões de euros, do atual programa de resgate.

“Vamos esperar pacientemente até que as instituições se tornem mais realistas”, escreveu Tsipras em artigo para o jornal “Ephimarida ton Syndakton”.

O premiê afirmou que motivações políticas levam os credores a pedir novos cortes nas aposentadorias, um dos pontos de discórdia nas negociações, que foram interrompidas neste domingo sem qualquer resultado.

“Não temos o direto de enterrar a democracia europeia no lugar onde ela nasceu”, disse Tsipras. Segundo a imprensa grega, ele deverá se encontrar com sua equipe de negociadores ainda nesta segunda-feira.

Fracasso no fim de semana

No domingo (14), negociações entre a Grécia e a Comissão Europeia, que se realizavam desde sábado em Bruxelas, terminaram sem acordo. Segundo a Comissão Europeia, há “divergências significativas” entre os dois lados e “as propostas gregas continuam incompletas”.

A Comissão afirmou, porém, que o presidente Jean-Claude Juncker continua convencido que pode ser encontrada uma solução até o final deste mês, quando a Grécia tem de devolver ao Fundo Monetário Internacional (FMI) uma parte do empréstimo já concedido.

De acordo com a Comissão, Juncker “fez uma última tentativa, este fim de semana, para encontrar, através dos seus colaboradores próximos e em estreita ligação com os especialistas da Comissão, do Banco Central Europeu e do FMI, uma solução com o primeiro-ministro” grego.

Os credores esperam dos gregos medidas para economizar até 2 bilhões de euros anuais, em troca da ajuda financeira de que precisam, situação que deverá ser discutida na próxima reunião do Eurogrupo, marcada para a próxima quinta-feira (18) em Luxemburgo.

Do lado da Grécia, uma pessoa ligada ao governo afirmou à agência de notícias AFP que as exigências dos credores são irracionais e imputou responsabilidades ao FMI, que acusou de ter uma posição “intransigente e dura”.

A Grécia corre o risco de não poder honrar seus compromissos com os credores. Atenas tem até 30 de junho para devolver 1,6 bilhão de euros ao FMI e pode não conseguir honrar essa obrigação se os 7,2 bilhões de euros da última parcela do segundo pacote de resgate financeiro não forem desbloqueados. (Com agências internacionais)

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