Dilma ressuscita Joaquim Silvério, acredita ser o Tiradentes de saias e admite incompetência

dilma_rousseff_546Dose tripla – Cada vez mais acuada por conta dos desdobramentos da Operação Lava-Jato, a presidente Dilma Rousseff vem abusando do non sense para tentar escapar do escândalo de corrupção que saqueou os cofres da Petrobras.

Após tomar conhecimento do conteúdo da delação feita pelo empresário Ricardo Pessoa, dono da UTC e chefe do chamado “Clube do Bilhão”, Dilma disse que não respeita delator. Em primeiro lugar a presidente precisa saber distinguir o alcaguete do delator, pois as denúncias feitas por um investigado, em troca de abrandamento da pena, são previstas em lei, a qual foi sancionada pela própria petista.

Se Dilma é contra a figura do delator, como deixou claro ao falar com os jornalistas em Nova York, que não tivesse sancionado a lei que permite ao investigado esse tipo de acordo com a Justiça.

Da forma como Dilma respondeu aos jornalistas, que acompanham a viagem oficial da presidente brasileira aos Estados Unidos, ficou claro que seu desapontamento com Ricardo Pessoa está no fato de o empreiteiro ter revelado o esquema criminoso operado pelo PT para cobrar propinas das empresas contratadas pela Petrobras. Ou seja, Dilma ficou enfurecida com a revelação feita por Pessoa, não sem antes deixar nas entrelinhas que sua campanha à reeleição recebeu dinheiro do Petrolão.

Como sempre acontece quando deseja explicar algum escândalo ou situação de dificuldade, Dilma se enrolou nas próprias palavras e tentou fazer de Ricardo Pessoa uma edição repaginada de Joaquim Silvério dos Reis, ao mesmo tempo em que tentou vender a ideia de que é a versão de saias de Tiradentes.

Não é novidade para os brasileiros de bem esse tipo de comparação, sempre absurda e esdrúxula, pois o agora lobista Lula já se valeu desse estratagema. Em ocasiões distintas o então presidente comparou-se a Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e Jesus. Sendo assim, nada há de novidade no fato de Dilma sonhar que é Tiradentes, o mártir da independência. Lembrando que até o momento o martírio ficou a cargo dos brasileiros.

Considerando que o Brasil ainda é uma democracia, que contempla a livre manifestação do pensamento, Dilma tem o direito de dizer o que quiser, mas não pode fugir à responsabilidade decorrente do seu envolvimento, mesmo que indireto, no maior escândalo de corrupção da história da humanidade.

Dilma Rousseff sabe que a denúncia feita por Ricardo Pessoa, se levada a sério pela Justiça Eleitoral, pode lhe ceifar o mandato, uma vez que esse tipo de crime configura abuso de poder econômico em função do cargo, cenário que normalmente deságua na cassação do registro da candidatura. Isso significa que, levado a cabo o que determina a legislação, Dilma e Michel Temer correm o risco de serem despejados do Palácio do Planalto, sem direito a reclamações e outros vozerios.

No momento em que tenta se defender de maneira atabalhoada, Dilma não apenas faz um mea culpa diante do criminoso Petrolão, mas escancara a incompetência latente de um governo corrupto, como jamais se viu na história brasileira.

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