Fio trocado – Levantamento produzido a partir das doações às últimas campanhas do senador Roberto Requião (PMDB-PR) explicam os motivos pelos quais o habitual crítico de tudo e de todos tem mantido um silêncio obsequioso em relação ao escândalo do Petrolão, que sangrou os cofres da Petrobras e foi interrompido na esteira da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal.
Requião, quem diria, recebeu generosas doações de empresas atoladas no Petrolão e que estão com seus respectivos executivos presos na carceragem da PF em Curitiba.
Habitual crítico do “capital vadio”, referência a altos ganhos obtidos apenas com a aplicação de recursos no mercado financeiro e sem ligação com atividades produtivas, Requião também se beneficiou de generosas doações de instituições financeiras, como o Bradesco e o Banco Pactual.
Poucos discursos sobrevivem a uma verificação minuciosa na lista de doadores de campanha daquele que insiste em defender a Carta de Puebla. De tal modo, a retórica oportunista de Requião desmorona com excesso de facilidade, palavrório que convence apenas os desavisados e os míopes em questões políticas.
Nas duas últimas campanhas, o truculento e destemperado Roberto Requião recebeu R$ 2,05 milhões em doações provenientes do “capital vadio” e de empreiteiras investigadas na Lava-Jato. Em 2014, três empreiteiras doaram R$ 550 mil para Requião (R$ 50 mil da Construtora Triunfo e R$ 500 mil da OAS). Em 2010, na campanha ao Senado Federal, Requião recebeu R$ 150 mil da Galvão Engenharia.
Triunfo, OAS e Galvão são três das empreiteiras denunciadas na Lava-Jato e que têm seus passando uma temporada forçada atrás das grades, em Curitiba, no vácuo do esquema criminoso de desvio de dinheiro da Petrobras e pagamento de propinas a políticos e partidos. Do chamado “capital vadio”, Requião recebeu R$ 1,5 milhão (R$ 500 mil do Bradesco e outro R$ 1 milhão do Banco Pactual).