Terrorismo e barbárie – Nesta terça-feira (30), o diretor do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdul Rahman, informou que o grupo terrorista Estado Islâmico (EI) crucificou cinco pessoas no nordeste da Síria porque elas não realizavam o jejum do Ramadã, mês sagrado dos muçulmanos.
Por telefone, Rahman afirmou que as vítimas foram assassinadas na segunda-feira (29), na cidade de Al Mayadin, onde foram penduradas no muro de um quartel da ‘hisba’, a ‘polícia’ do EI, com um cartaz no pescoço que dizia “ficarão crucificados o dia todo e serão castigados com 70 chicotadas por romper o jejum do Ramadã”.
As informações revelam que os extremistas crucificaram as cinco pessoas diante de uma multidão, entre eles alguns menores. De acordo com relatos colhidos pela ONG que monitora a guerra civil na Síria, muitos dos que assistiam a barbárie zombaram dos crucificados e atiraram pedras.
O ativista ainda lembrou que nos últimos dias o EI vem cometendo uma série de assassinatos na província de Deirez Zor, onde, pela primeira vez, começou a decapitar mulheres. O OSDH indicou que os jihadistas tinham decapitado uma síria e seu marido, acusados de “bruxaria”. O casal foi degolado com uma espada em um dos bairros controlados pelo EI na cidade de Deirez Zor. No último domingo (28), outro casal foi assassinado de forma similar pela mesma acusação em Al Mayadin.
O OSDH divulgou na segunda-feira que pelo menos 3.027 pessoas foram assassinadas pelos radicais na Síria desde a proclamação de um califado neste país e no Iraque há um ano. Dos mortos, pelo menos 1.787 eram civis, dos quais: 74 eram crianças, 216 eram rebeldes ou milicianos curdos que lutaram contra o EI, 881 soldados ou combatentes leais ao regime de Damasco e 143 membros do grupo radical que tentaram fugir para a Turquia ou foram acusados de espionagem para outros países. (Danielle Cabral Távora)