Cachimbo da paz – O Ministério das Relações Exteriores de Cuba informou em nota oficial que o país e Estados Unidos abrirão embaixadas em Washington e em Havana a partir do próximo dia 20 de julho.
Nesta quarta-feira (1), a Chancelaria cubana recebeu das mãos do chefe do Escritório de Interesses dos Estados Unidos na ilha, Jeffrey De Laurentis, uma carta do presidente Barack Obama destinada ao líder cubano, Raúl Castro, na qual confirma “a decisão de restabelecer as relações diplomáticas entre os dois países e abrir missões diplomáticas permanentes nas respectivas capitais”.
De Laurentis foi recebido na manhã desta quarta-feira pelo ministro interino de Relações Exteriores, Marcelino Medina, a quem entregou uma pasta com a carta de Obama.
O presidente dos EUA e o secretário de Estado, John Kerry, devem anunciar nesta quarta-feira o restabelecimento das relações diplomáticas entre os EUA e Cuba, mais de 50 anos após o rompimento dos laços entre os dois países.
“Anunciaremos formalmente [na quarta-feira] que os Estados Unidos e Cuba chegaram a um acordo para retomar as relações diplomáticas e abrir embaixadas nas capitais dos dois países”, afirmou um funcionário do governo americano.
Por enquanto, em Cuba não foi anunciado nenhum discurso do presidente Raúl Castro ou de seu governo sobre o tema.
Há seis meses, os dois países iniciaram um plano para normalizar as relações bilaterais. Obama e o presidente cubano, Raúl Castro, se encontraram em abril durante a 7ª Cúpula das Américas, no Panamá. Em maio, os EUA removeram Cuba de uma lista de países que financiam o terrorismo.
Os laços diplomáticos entre os dois países haviam sido rompidos em 1961. O novo acordo a ser anunciado nesta quarta-feira deverá permitir que os dois países ampliem suas presenças em Havana e Washington.
Contudo, ainda há muitos pontos de discórdia, incluindo questões relacionadas a direitos humanos, propriedades de americanos confiscadas pelo governo cubano e danos causados pelo embargo comercial imposto a Cuba pelos EUA – o qual somente o Congresso estadunidense pode remover. (Danielle Cabral Távora)