Amor $em limite$ – Há cerca de um mês a revista VEJA detalhou o depoimento prestado pelo empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC, em acordo de delação premiada, à força-tarefa da Operação Lava Jato. Entre as informações demolidoras repassadas por ele está a de que foi com a verba desviada da Petrobras que a UTC doou dinheiro para as campanhas de Lula em 2006 e de Dilma em 2014.
Mas não parou por aí. Pessoa também delatou os valores que entregou aos “donos do poder”, segundo ele, mediante achaques e chantagens. O empreiteiro revelou que foi pressionado por Edinho Silva, tesoureiro da campanha de Dilma e atual ministro de Comunicação Social, a doar R$ 10 milhões, mas que acabou repassando somente R$ 7,5 milhões porque foi preso antes de completar o montante pedido.
Reportagem desta quinta-feira, 23, do jornal Folha de S. Paulo, revela o conteúdo de uma mensagem de celular em que o empreiteiro trata da doação à campanha da petista. “O problema é bem maior”, escreveu o empreiteiro sobre o repasse.
A mensagem foi enviada em 29 de julho de 2014 ao ex-diretor financeiro da empreiteira Walmir Pinheiro. De acordo com a reportagem, Pessoa revelou a pessoas próximas que o “problema” citado na mensagem é a diferença entre o valor que ele pretendia doar (R$ 5 milhões) e o que o ministro-tesoureiro solicitou. “Estive com Edinho. A pessoa que você tem que ligar é Manoel Araújo [hoje chefe de gabinete do petista]. Acertado 2,5 dia 5/8 (até) e 2,5 até 30/8. Ligue para ele que está esperando. O problema é bem maior. Me dê resposta. Edinho já passou os dados. Abs”, escreveu Pessoa na mensagem a “WP” – referência a Walmir Pinheiro.
Ricardo Pessoa entregou documentos que mostram que foram feitos dois depósitos de R$ 2,5 milhões cada um, em 05 e 30 de agosto de 2014. Após os pagamentos, Sobrinho acertou com o empreiteiro o repasse de outros R$ 5 milhões para o caixa eleitoral de Dilma. O delator entregou metade do valor pedido e se comprometeu a pagar a parcela restante depois das eleições. Não cumpriu o prometido porque foi preso antes.
