Lucro da Petrobras cai 89% no 2º trimestre e confirma a virulência da corrupção sistêmica

(Sérgio Moraes - Reuters)
(Sérgio Moraes – Reuters)
Ladeira abaixo – Alvo do maior esquema de corrupção da história da humanidade, a Petrobras, outrora orgulho nacional, fechou o segundo trimestre com um lucro líquido de R$ 531 milhões, o que significa recuo de 89% em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado é o terceiro pior da década para o período e foi justificado pela diretoria da estatal com afirmações nada convincentes: “eventos extraordinários” no cenário externo e “ajustes” nas finanças. Em nenhum momento os diretores da companhia falaram em corrupção e seus congêneres, até porque isso seria contraditar o discurso mentiroso que emana do Palácio do Planalto.

A brutal queda no lucro coloca em destaque a fragilidade financeira da petrolífera, mostrando que ainda é extenso o caminho para que a Petrobras retome a rota do crescimento, que sempre marcou uma história interrompida pela ganância desmedia de políticos criminosos.

O lucro da Petrobras ficou muito abaixo do esperado por bancos e analistas, que apostavam em lucro no patamar dos R$ 4 bilhões. Entre os fatores externos mencionados pela diretoria da empresa, os principais foram a depreciação cambial e a queda do preço internacional do barril petróleo no mercado internacional, que passou de US$ 114, no último ano, para uma valor médio de US$ 61. Ciente de que esse movimento oscilatório faz parte do setor, a queda no preço do barril de petróleo comprometeu a receita da estatal em 2,9% na comparação com o mesmo período de 2014, ao mesmo tempo em que, no contraponto reduziu o montante a ser pago em royalties e participações governamentais.

Quando o UCHO.INFO afirmou que os efeitos colaterais do escândalo do Petrolão seriam devastadores para a estatal, os palacianos se apressaram em desmentir nossas afirmações, alegando que tudo não passada de mais uma incursão da imprensa golpista. Considerando que os números não mentem, mas que mentirosos inventam números, como dizia o saudoso Itamar Franco, os resultados da Petrobras do último trimestre devem ser analisados com cautela e sem doses de euforia.

Nossa recomendação, que contraria a tecnicidade que impera no mercado financeiro, encontra respaldo em um detalhe ainda desconhecido da Operação Lava-Jato. De todo material aprendido pela Polícia Federal durante as dezessete operações da Lava-Jato, apenas um terço foi analisado pelas autoridades. Ou seja, há muitos escândalos a serem descobertos, até porque a ousadia dos políticos envolvidos no esquema que durou uma década não foi resultado de uma roubalheira de R$ 6 bilhões, como anunciado.

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