Lava-Jato: revanche de Dilma e investigações da PF podem complicar a vida de Cunha

eduardo_cunha_20Fechando o cerco – Enquanto crescem as especulações sobre quem comandará o Ministério Público Federal nos próximos dois anos, o procurador-geral Rodrigo Janot Monteiro de Barros já tem em mãos o resultado do aprofundamento de algumas das investigações solicitadas à Polícia Federal pelo Supremo, dentre elas as de Fernando Collor de Mello, senador pelo PTB de Alagoas, e Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados.

Disposta a dar o troco em Cunha, que nos últimos meses lhe impingiu derrotas acachapantes, a presidente Dilma Rousseff se divide entre o redesenho do governo, com direito a reforma ministerial, e a cruzada contra o comandante da Câmara. Seu projeto foi reforçado nas últimas horas pelos resultados das investigações promovidas pela Polícia Federal no âmbito da Operação Lava-Jato.

Entre a anunciada reforma do governo e o plano para sufocar Cunha, a presidente da República tem como objetivo único estancar uma crise político-institucional que só cresce e assusta. E Dilma pode estar perto de dar o troco em Cunha, segundo apurou o UCHO.INFO junto a integrantes do núcleo de investigações da Lava-Jato.

Os resultados da devassa na vida de Cunha já estariam sobre a escrivaninha palaciana de Dilma, o que, em tese, pode garantir a recondução de Janot ao comando da Procuradoria-Geral da República. Informações obtidas pelo site acerca da investigação sobre Eduardo Cunha apontam na direção de conteúdo bombástico e devastador, o que significa que o presidente da Câmara corre o risco de ter de se afastar do cargo caso a PGR ofereça denúncia contra ele. É o que consta da lei e o que manda o bom senso político.

Determinado, frio e calculista, Eduardo Cunha é um político resistente e pode dar muito trabalho até seu eventual afastamento, mas na Câmara dos Deputados é grande a movimentação nos bastidores diante da possibilidade de o presidente da Casa ser alcançado não apenas pela peçonha do Palácio do Planalto, mas pelas garras da Justiça. A Constituição Federal é clara ao determinar que inocente é o cidadão que ainda não foi alcançado por sentença condenatória definitiva, ou seja, com trânsito em julgado, mas o calvário de Cunha já é considerado inevitável até mesmo por pessoas próximas do peemedebista.

Independentemente do que foi apurado pela PF a pedido do procurador-geral, a situação de Eduardo Cunha deve piorar sobremaneira no embalo das delações premiadas de Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, e do lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano, operador do PMDB no esquema do Petrolão.

No caso de as delações de Duque e Baiano prosperarem, como se espera, a fatídica lista de Rodrigo Janot poderá ganhar um reforço extra de vinte a trinta parlamentares, todos envolvidos no maior escândalo de corrupção da história brasileira.

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