De olho no dinheiro – Na quarta-feira (12), em reunião da comissão formada pelos times, clubes levarão à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) a proposta de criação da Liga Sul-Minas. O argumento dos clubes para tentar convencer a confederação é de que os Estaduais não serão afetados.
Apesar disso, as federações do Paraná, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro já se movimentaram em sentido contrário à competição.
Entre os clubes envolvidos, estão Inter, Grêmio, Coritiba, Atlético-PR, Atlético-MG, Coritiba, Flamengo e Fluminense, além de times de Santa Catarina. O objetivo é conseguir contratos que gerem uma renda de R$ 80 milhões.
A estratégia da Liga Sul-Minas para convencer a confederação e a Globo é estudar todos os cenários para tentar prejudicar o menos possível os Estaduais. Para isso, a competição teria um formato bem enxuto, com poucos clubes, e usaria datas juntamente com os regionais, mas também utilizaria outros espaços no calendário, extremamente apertado. A ideia é fechar o formato da competição no dia 21 de agosto em encontro marcado para Belo Horizonte, na sede do Atlético-MG.
A CBF já se mostrou cética em relação a realizar a Sul-Minas pela falta de tempo. Há vários meses, no primeiro contato sobre o assunto, a confederação afirmou que atenderia o interesse dos clubes. A Globo ressaltou que tem contratos em vigor para os Estaduais e se mostrou preocupada com o efeito sobre eles.
A questão é que os clubes estão cada vez mais irritados com péssimo rendimento gerado pelos campeonatos estaduais. No Sul, Inter e Grêmio levam R$ 7,5 milhões. No Rio de Janeiro, a cota dos grandes é R$ 7 milhões. No Paraná, apenas R$ 1 milhão fica para Atlético-PR e Coritiba. Com uma competição na mão, e jogos melhores, eles avaliam que podem faturar muito mais.
As federações de Minas, Rio e Paraná, cujos clubes podem participar, estiveram na CBF na segunda-feira passada. “Nenhum clube me procurou então não tenho opinião. Para mim: estaca zero”, ressaltou Hélio Cury, do Paraná. “Falamos (da Liga) porque o assunto está na mídia. Mas não teve uma discussão específica”. Rubens Lopes, do Rio, havia dito que não interferiria contra a dupla Fla-Flu, esteve na confederação juntamente com os outros que fazem oposição ao torneio.
Os dirigentes das federações têm lembrado supostas cláusulas de contrato que obrigariam os times a usar titulares nos jogos. Só que os clubes entendem que não há essa exigência além dela ser subjetiva já que é o técnico quem determina o time principal.
A confederação tem dito que a comissão de clubes, que reúne oito deles, é uma demonstração de como está aberta a ouvir suas sugestões e atender os seus interesses. Nesta quarta-feira, será um teste para esse discurso da diretoria da CBF. (Danielle Cabral Távora)